quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Viver ultrapassa todo entendimento!


Se Deus tivesse me concedido tudo que pedi ao longo do ano passado é provável que tivesse tirado de alguém para me dar. É impossível não desejar a mesma coisa que outras pessoas também desejam. Todos nós somos únicos, mas temos tanta coisa em comum com os outros que nossos interesses inevitavelmente vez ou outra se coincidem.Mas o universo não conhece a linguagem da injustiça, pois tudo tem seu lugar definido. Por mais que sejamos donos do nosso próprio destino há momentos em que somos definitivamente apenas passageiros. Por isso desejo que algumas coisas sejam exatamente como devem ser. E não fico procurando nenhuma explicação para elas, porque de forma resignada faço das palavras de Clarice Lispector a minha oração: “Não se preocupe em entender. Viver ultrapassa todo entendimento”. E são coisas tão pequeninas que tornam a vida espetacular que no fim das contas a gente descobre que é preciso muito pouco para ser feliz. Para mim tem noites que de tanto sono, basta meu travesseiro macio para me fazer uma pessoa feliz. Olhando para o mar, a maré me traz tantas lembranças, esperanças e imaginações. É de uma forma tão efusiva que comemoramos a chegada de um Novo Ano que parece que estamos diante do nosso próprio renascimento. A esperança é a matéria-prima de quem tem fé na vida. E a vida se parece tanto com um jogo...“Nos ensina esse jogo da vida onde a vida só paga pra ver...”. A complexidade do ser humano o transforma num sagaz jogador. E podemos estar jogando xadrez, pôquer ou frescobol.Os que jogam xadrez com a vida procuram sempre antecipar os lances.Os que jogam pôquer blefam muito para tentar vencer e os que jogam frescobol tentam rebater todos os lances e sem deixar a bola cair no chão...Quem joga frescobol com a vida nas palavras de Rubem Alves: “Ninguém ganha para que os dois ganhem. E se deseja então, que o outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim”.

Bela quarta...(*_*)