terça-feira, 6 de outubro de 2009

Adeus Mercedes Sosa...


Quando alguém como Mercedes Sosa morre os anjos choram e cantam suas canções nas nuvens brancas que pastam mansamente nos céus. Em cada lágrima uma nota musical, em cada despedida uma canção de adeus e de gratidão. Lá no alto e no frio dos Andes um grande Condor pia de dor, La cantante se foi, o vento sopra sobre suas asas e ele, uma nobre ave, sob o céu estrelado também chora a perda de uma mulher tão grandiosa. Mercedes havia dito que continuaria cantando "até os últimos dias", como uma cigarra, agora que sua alma se desprendeu do corpo ainda se queda aqui o eco de sua voz cantando a liberdade, a luta e a vitória. Muito mais que uma artista popular latino americana, Mercedes foi uma grande mulher, da estirpe das guerreiras, como uma Joana D´arc das artes. Vai com Deus, tua voz em gravação permanecerá conosco como um canto ao sol e uma serenata a lua, assim como eco da sua existência, inspiradora, meu coração é musical e em suas batidas tu seguirás cantando: "Tantas veces me mataron, tantas veces me morí, sin embargo estoy aqui, resucitando. Gracias doy a la desgracia y a la mano con puñal, porque me mató tan mal, y seguí cantando. Cantando al sol, como la cigarra, después de un año bajo la tierra, igual que sobreviviente que vuelve de la guerra."

P. S. : Mercedes Sosa nasceu em Tucamán, Argentina, em 9 de julho de 1935. É uma cantora de grande apelo popular na América Latina e conhecida como La Negra pela cor das longas e lisas madeixas. Ganhou destaque muito nova, com quinze anos de idade, após se apresentar em uma competição de uma rádio da sua cidade natal e conseguiu um contrato de dois meses. O timbre marcante levou Mercedes a gravar o primeiro disco Canciones con Fundamento, em 1965, com um perfil de folk argentino. Mas foi em 1967 que se consagrou internacionalmente após gravar o sucesso Cantata Sudamericana e Mujeres Argentinas, com Ariel Ramirez e Feliz Luna. A música foi em homenagem à chinela Violeta Parra. Já atuou com diversos músicos, como Milton Nascimento, Fagner e Silvio Rodríguez. De personalidade marcante, Sosa é conhecida também como uma ativista política de esquerda, sendo peronista na juventude. Se posicionou contra à figura de carlos Menem e apoiou a eleição do ex-prediente Néstor Kirchner. Toda essa preocupação inclusive fica evidente em seu repertório, tornando-se uma das grandes expoentes da Nueva Canción, movimento musical nos anos 60, com raízes africanas, cubanas, andinas e espanholas. Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque são representantes. Possui um dueto com Beth Carvalho, cada uma cantando no seu idioma, na música So le piedo a Dios, além da parceria que fez com Fagner na música Años, de 1981.
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