terça-feira, 23 de junho de 2009

A força do olhar...


Os olhos são portais da alma! Neste mundo, onde as pessoas vivem representando personagens, muitas vezes bem diferentes do que realmente são, o olhar jamais as deixa mentir. Ultimamente, tenho pensado muito nisto e procurado observar mais atentamente o que os olhos que me fitam me dizem. Inúmeras vezes, percebo que refletem tanta tristeza, profundo pesar, enquanto os lábios forçam um riso fingido e as palavras tentam demonstrar alegria. Os olhos não mentem jamais. É através deles que o amor verdadeiro se expressa, mesmo que o momento seja inconveniente. A mágoa transparece, apesar do perdão pronunciado. A tristeza inunda o ambiente de uma névoa pesada, mesmo que se esteja numa festa. Tudo isto porque a nossa essência nos rege, apesar de nosso ego teimar em viver afastado dela, muitas vezes procurando copiar a vida de outros, a moda, tentando levar uma vida mais voltada para as coisas práticas e materiais. Os nossos olhos falam. Uma linguagem mais verdadeira, dificilmente expressa por palavras. E nos contradizem completamente, quando não estamos sendo verdadeiros. Através do olhar, amores de outras encarnações se reconhecem, embriagando-se no aconchego carinhoso e inexplicável de um instante mágico e eterno. Os olhos abençoam, amenizam a dor do outro, levam paz e alegria, mas também podem fazer muito mal, quando saturados de ódio, de raiva, de inveja. É importante olhar... Quando alguém nos fala, quando alguém diz que nos ama, quando alguém nos conta algo, olhar cuidadosamente nos olhos nos transporta para algum lugar talvez muito diferente do que aquele para o qual as palavras estão tentando nos conduzir. Os encontros eternos se iniciam com um olhar... Instala-se, então, um saber interior, que a razão jamais poderá explicar e que perdura, independente das circunstâncias. Qual de nós se esquece de um olhar amoroso recebido de alguém? Aquela sensação gostosa, cálida, sempre será revivida, quando recordada. Existe nada mais terrível do que um olhar de ódio, quando nos é dirigido? Um olhar de crítica? De menosprezo? Enfim, é bom nos lembrarmos de que as bocas podem mentir, mas os olhos as desmentem e revelam o que nossas almas sentem!
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terça-feira, 9 de junho de 2009

Arcanjos do mar - A queda do avião da Air France...


“Desde que nascemos carregamos o peso da gravidade nos ombros./Estamos amarrados à terra./Mas Basta mergulhar na água para nos sentirmos livres./Dentro da água, flutuando, podemos voar em qualquer direção: para cima, para baixo, para os lados./Debaixo da água nos tornamos arcanjos.”(Jacques-Yves Cousteau - Biólogo Marinho Frances)


Milhares de vidas foram perdidas quando o vôo da Air France caiu no oceano Atlântico entre o Brasil e África, partindo da cidade maravilhosa, Rio de Janeiro, com destino a cidade Luz, Paris. Fiquei com o coração na mão desde quando a noticia veio, mas só queria escrever quando tivesse certeza que não haviam mais esperanças de haver sobreviventes. Eu tinha fé que por algum milagre alguém tivesse mesmo sobrevivido, que homens e mulheres tivessem nadado para algum rochedo ou mesmo que estivessem agarrados a partes do avião. Por mais impossível que fosse essa minha esperança ou teoria, o fundamento dela era acreditar sempre que tudo pode ser possível. Fiquei todos esses dias nas minhas orações pensando nas famílias e naquelas 228 pessoas que perderam suas vidas nas profundezas do oceano, quando os verdadeiros destroços começaram a aparecer e finalmente os primeiros corpos foram resgatados o sonho havia terminado, restou-me apenas pedir a Deus que em sua sepultura final todas aquelas almas tivessem paz e que suas famílias fossem consoladas por sua fé e pela conformação que o destino de todos nós faz parte de uma lógica que nossa inteligência não alcança. Aos homens mortais resta apurar as causas e usar os resultados para que novos acidentes não ocorram mais pelas mesmas falhas ou defeitos. E que ao subir num avião não nos dê sempre a sensação que estamos participando de uma loteria negativa, onde ser sorteado por uma estatística rara signifique perder a vida.
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segunda-feira, 8 de junho de 2009

No mundo ninguém ama mais ninguém...


Muitas pessoas tornam-se indiferentes ao amor porque em algum ponto descobrem que amar trás consigo certa dose de sofrimento, de abnegação e de dedicação a algo que pode ser que não dure, que não dê certo, que não de o mesmo retorno do investimento emocional. Então muitos desistem mesmo antes de tentar. O amor é como o mar, é algo em movimento, e ele muda de acordo com a maré. E nós mudamos também. O que seguramos com a mão esquerda podemos deixar escapar com a direita. O romântico não é um idiota que fica sonhando, pelo contrário, ele sonha sabendo, ele mergulha sabendo que pode bater a cabeça nas pedras. Mas ele mergulha mesmo assim. Então ele é louco? Talvez, mas ele arrisca, a razão é ótima, é maravilhosa, nos permite planejar a vida, ganhar dinheiro, nos protege de “roubadas”. Mas é incompleta. A racionalidade sozinha é incompleta. Café sem açúcar, dança sem par. A sensibilidade romântica transcende rótulos, ela nos permite viver sentimentos extremos e vividos com enorme intensidade, torna o amor à experiência central da vida, transforma as pessoas, as engrandece e enobrece. Tem o poder de revelar a nós mesmos como somos, com nossos defeitos e qualidades, em nosso esplendor e em nossa miséria, constitui o caminho para o autoconhecimento. A vida não é só sonho, viver é ser demitido do trabalho, é comprar um carro novo, pagar contas, tirar o nome do vermelho, fazer supermercado, se espiritualizar, manter um namoro com alguém muito diferente de você, sentir saudade de casa, voltar para casa, dançar de meias sozinho na sala, enfim, cada um vive sua vida de um jeito. Uma parte a gente sonha a outra a gente realiza e é essa a medida certa, embora seja um equilíbrio distante. É uma pena que nesse mundo ninguém ama mais ninguém, mas ainda bem que Deus é bom e os sensíveis aqui estão, e nós amamos tanto e por todos que salvamos o amor e o planeta de sua extinção.

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sexta-feira, 5 de junho de 2009

Tolerância...


Tolerância. Ah... como é difícil colocar em prática a essência dessa palavra. Por que é tão difícil tolerar que alguém entre na frente de nosso carro no trânsito? Por que é tão difícil tolerar quando alguém comete um engano? Tolerar as características de quem convive conosco. Tolerar um atraso. Um esquecimento. Um erro. Tolerar as diferenças. Tolerar as frustrações. Tolerar as falhas humanas. Tolerar a nós mesmos. Pense nisso por um instante. Pense na sua intolerância. Se não souber do que estou falando, preste atenção naquelas vezes em que uma mínima ação do outro despertou um monstro assassino em você. Algo tem que estar errado nisso! Será que a ação do outro era assim tão grave? Muitos de nós parecemos bombas-relógio prestes a explodir. Por onde andamos somos perseguidos por um tique-taque infernal, o que me faz lembrar do Capitão Gancho. Só que, diferente daquele homem barbudo, "horrível e mau", nos identificamos com os "mocinhos". (Você já pensou que talvez o Capitão Gancho também achasse que Peter Pan fosse o vilão da estória?). Vou lhe dizer uma coisa. Dói muito quando percebemos que carregamos um vilão dentro de nós. Dói perceber que agredimos e ferimos aos outros porque somos ignorantes ao nosso próprio respeito. Dói perceber que temos uma dificuldade enorme em olhar para o espelho e ver o reflexo do monstro adormecido dentro de nós. Mas enquanto não formos corajosos o suficiente para fazer isso, continuaremos por aí agindo como granadas humanas. Basta que alguém distraído puxe o tal pininho e... bummmmmm... explodimos! E justificamos a explosão com uma elaborada rede de argumentos racionalmente plausíveis. A nossa mente pode justificar qualquer coisa, até mesmo uma explosão. E, na distorcida lógica da mente, a culpa é sempre do outro. Para que você seja capaz de ter tolerância, é preciso ir além da mente. É preciso que você recupere o acesso ao seu coração. Anda faltando amor em nossas vidas. Eu convido você a exercitar essa palavra em sua vida.- Tolerar quando alguém intolerante "esquece a mão na buzina", porque você se distraiu e perdeu o tempo do semáforo.- Tolerar quando perceber que alguém que você ama está irritado.- Tolerar seu próprio mau humor e se lembrar que todos acordam mau humorados de vez em quando. Não quero propor nesse artigo que você tolere abusos ou atos agressivos contra você ou alguém. É claro que muitas coisas não devem ser toleradas e eu conto aqui com o seu bom senso. Mas o que eu penso é que, de verdade, andamos intolerantes demais! Basta uma atitude do outro ("interpretada" por nós como provocativa) e já nos perdemos de nós mesmos e entramos naquela mesma sintonia destrituva. É disso que estou falando. Da nossa incapacidade de nos mantermos em uma sintonia de paz. Da nossa incapacidade de compreender que algumas coisas não nos pertencem. Ouça: A irritação do outro não lhe pertence! A agressividade do outro não lhe pertence. Por que nos conectarmos com o que não é nosso? Deixe com o outro o que é do outro. Você não precisa entrar na mesma sintonia. Isso tem a ver com tolerância. Ao praticar a tolerância, talvez você comece a semear paz ao seu redor. Talvez isso comece como um pequeno jardim, pequenas flores brancas surgindo aqui e ali... mas não despreze seu potencial transformador. Perceba que todos nós somos como prismas multifacetados. Ao praticar a tolerância você estará emitindo inúmeros reflexos dessa qualidade ao seu redor e então, quase magicamente, talvez você comece a perceber que as pessoas à sua volta começam a se tornar tolerantes também. E assim se cria um espaço no qual se estabelecem relações mais respeitosas e harmoniosas. Acredite. Você precisa muito de paz. Meu convite: exercite a tolerância. Nem que seja só por uma hora... Depois vá expandindo. Um dia... uma semana. Observe as transformações que esse simples exercício pode efetuar em sua vida!

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segunda-feira, 1 de junho de 2009

As batalhas de junho...


“... sou baixinha, mas sou saudável sim, estou nas alturas, porém com os pés no chão, sou sensata, porém estou confusa, estou perdida, porém tenho esperanças... Eu sou livre, porém disciplinada/Sou imatura, porém sou sábia/Sou durona, mas sou amáve, l querido/Estou triste, mas estou rindo/Sou valente, mas ao mesmo tempo uma covardona /Eu sou maluca, mas sou bonitinha, querido” ( Trecho da canção: “Hand in my pocket” – Alanis Morrisette)


Toda vez que coloco a mão para escrever no teclado me pergunto, “Por que eu continuo fazendo isso? ” e nem bem termino de pensar nessa frase a resposta já vem fervendo : “Porque este é o seu dom, porque este é o seu papel, porque essa a sua maneira de contribuir com um mundo melhor”. Todos esses anos escrevendo praticamente todos os dias me tornaram uma mulher melhor, fui aprimorando não só o estilo e as mensagens, mas meu coração foi ficando cada vez mais aberto e forte. Todos esses anos fiz muitos amigos através da escrita e há pessoas que me lêem que nunca falaram comigo. Eu não importo, um dia elas vão falar e quando isso acontecer eu sempre terei uma palavra de agradecimento, porque aquilo que a gente dá com a mão direita recebe com a mão esquerda aberta. O mensageiro é como a lua, não tem luz própria, mas sua face reflete o brilho das mensagens de uma inteligência. Eu continuo meu caminho mesmo sabendo que ele pode ser feito de extremos: tragédias e bênçãos, dramas e comédias, “sins” e “nãos”. Amanhã eu posso morrer a qualquer instante, mas também posso alcançar algo que não esperava, algo súbito pode me atingir, para o bem ou para mal, mas eu não paro, eu não me paraliso, eu sigo o curso, eu vou até o fim, até onde está determinado que eu vá. Um dia eu não estarei mais aqui, porém haverá sempre alguém para nos dizer algo que pensávamos, mas não sabíamos expressar, queria iniciar esse mês que amo tanto dizendo coisas boas e corajosas, neste mês termina o primeiro semestre do ano, é o mês das festas juninas, uma tradição tão bonita e saudável quando bem festejada sem excessos ou irresponsabilidades, é o mês dos namorados. Tudo aquilo que pensamos, que verbalizamos ou escrevemos com fé ganha autoridade sobre a matéria, mesmo sabendo que a nossa verdadeira guerra não seja com a carne, mais espiritual, que nas batalhas de junho nós os soldados da paz com flores nas mãos sejamos capazes de derrotar qualquer exército que se levantar conta nós. Que venha Junho e que ele seja um mês de grandes acontecimentos!
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