segunda-feira, 8 de junho de 2009

No mundo ninguém ama mais ninguém...


Muitas pessoas tornam-se indiferentes ao amor porque em algum ponto descobrem que amar trás consigo certa dose de sofrimento, de abnegação e de dedicação a algo que pode ser que não dure, que não dê certo, que não de o mesmo retorno do investimento emocional. Então muitos desistem mesmo antes de tentar. O amor é como o mar, é algo em movimento, e ele muda de acordo com a maré. E nós mudamos também. O que seguramos com a mão esquerda podemos deixar escapar com a direita. O romântico não é um idiota que fica sonhando, pelo contrário, ele sonha sabendo, ele mergulha sabendo que pode bater a cabeça nas pedras. Mas ele mergulha mesmo assim. Então ele é louco? Talvez, mas ele arrisca, a razão é ótima, é maravilhosa, nos permite planejar a vida, ganhar dinheiro, nos protege de “roubadas”. Mas é incompleta. A racionalidade sozinha é incompleta. Café sem açúcar, dança sem par. A sensibilidade romântica transcende rótulos, ela nos permite viver sentimentos extremos e vividos com enorme intensidade, torna o amor à experiência central da vida, transforma as pessoas, as engrandece e enobrece. Tem o poder de revelar a nós mesmos como somos, com nossos defeitos e qualidades, em nosso esplendor e em nossa miséria, constitui o caminho para o autoconhecimento. A vida não é só sonho, viver é ser demitido do trabalho, é comprar um carro novo, pagar contas, tirar o nome do vermelho, fazer supermercado, se espiritualizar, manter um namoro com alguém muito diferente de você, sentir saudade de casa, voltar para casa, dançar de meias sozinho na sala, enfim, cada um vive sua vida de um jeito. Uma parte a gente sonha a outra a gente realiza e é essa a medida certa, embora seja um equilíbrio distante. É uma pena que nesse mundo ninguém ama mais ninguém, mas ainda bem que Deus é bom e os sensíveis aqui estão, e nós amamos tanto e por todos que salvamos o amor e o planeta de sua extinção.

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