terça-feira, 22 de setembro de 2009

Um psicanalista em meu armário...


Eu tenho um psicanalista escondido em meu armário, espiando minhas atitudes, narcisistas, egoístas e inseguras. Fui desenvolvendo um gosto por ser observada por ele, como se fosse bom ser analisada e receber opiniões sobre meus comportamentos. Mas eu só fico imaginando o que ele pensa sobre mim porque ele nunca me fala nada, deixa que eu mesma tire as minhas conclusões. E ele parece detectar em seu radar os meus padrões, as pessoas por quem me apaixono, no sentido do que é igual e o que é diferente ao mesmo tempo. Por isso esse meu dom da dissimulação, um profundo que parece superficial, ninguém quer se parecer com uma louca, todo mundo quer ser normal, não é mesmo? Por isso meus escritos são como quadros de uma jovem pintora, representações do meu inconsciente, só não sei se uso as cores certas, mas preciso colocar moldura nas minhas imagens mentais. E elas são as mais variadas possíveis, família, filhos ou sensuais e eróticas. Porque o pincel é o meu Id e na palheta estão as minhas pulsões, as tintas dos meus traumas, das minhas loucuras. Não gosto de olhos acostumados, prefiro acreditar que posso surpreender a qualquer momento. A você, o meu analista e ao super ego. Metade de mim não é meia, por isso nada me completará, ser feliz nem é tão importante, mais vale ter uma vida interessante, cheia de lagrimas, mas também de tesão. E essa minha vida interessante é cheia de paz, mas também de confusão, relacionar-se com as pessoas confusas, tão diferentes de mim, mas não ter medo de mudanças, encarar o erro como um caminho para encontrar novas soluções, ter a cara-de-pau de se testar em outros papéis e humildade para abandoná-los se não der certo. Uma vida interessante é outro tipo de vida feliz: aquela que me fez ser a princesa dos sapos da lagoa, aquela que passou ao largo dos contos-de-fada e que faz minha biografia ter mais do que 20 páginas.
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sábado, 19 de setembro de 2009

Eu tive o melhor momento de minha vida...

“Aquele que conheceu apenas a sua mulher, e a amou, sabe mais de mulheres do que aquele que conheceu mil.” Leon Tolstoi

O que faz um homem pertencer a uma mulher só? É claro que essa resposta é variável, não há formulas prontas pra nada na vida, cada um terá a sua própria história para contar, de sucesso ou de fracasso, de doçura ou de amargura. Mas talvez a história de alguém possa nos inspirar, possa servir de espelho, de alerta ou de confirmação. Assim conto hoje o amor do ator Patrick Swayze e de Lisa Niemi que permaneceram juntos durante 34 anos até o dia da morte dele. A biografia de Patrick sairá no dia 29 de Setembro e conta com uma carta emocionante, uma carta que faria chorar até o mais gelado dos corações: “Sou muito grato por você ter escolhido me amar. Eu sei que, por causa de você, achei minha alma e me tornei no homem que sempre quis ser. Você é minha mulher, minha amante, minha amiga e minha dama. Eu sempre te amei, eu te amo agora e vou amá-la ainda mais”. Quando se apaixonaram Lisa tinha aulas de dança e era melhor aluna de sua mãe, Patsy, que quando viu o filho se aproximar da menina, então com 14 anos, disparou para ele furiosa: "Se você fizê-la sofrer, eu te mato". Patrick não fez o tipo Don Juan com Lisa, foi bastante paciente. “Tivemos vários encontros em silêncio. (...) Ela era a mulher mais brilhante que eu havia conhecido e eu achava isso muito atraente”. E então ele se mudou para Nova York para ser bailarino e Lisa foi também para morarem juntos. Porém bem diferente do que a maioria das pessoas, o romance deles demorou mais de um ano para se consumar. "Eu tinha que pedi-la em casamento antes de sentirmos que nossa relação era séria suficiente para haver sexo. Lisa foi à segunda mulher com quem ele dormiu. O dois mesmo depois do casamento sempre mantiveram a chama do romantismo acessa. Muitos viam os dois como almas gêmeas. "Eu não tenho tanto respeito por um ser humano como tenho por ela”. A união sobreviveu à fama de Patrick, que no auge só podia sair de casa cercado de seguranças. Lisa agüentou os excessos do marido com álcool e drogas - chegando a ameaçar sair de casa se ele não se cuidasse. O que acabou acontecendo de fato após o suicídio da irmã Vicky, que o fez ir para a reabilitação. Lisa também esteve ao seu lado em um dos momentos mais difíceis, quando Patrick sofreu um acidente com um cavalo, em que teve as duas pernas esmagadas, uma lesão no ombro e um dedo arrancado. Houve momentos em que Lisa é quem precisou de cuidados, quando sofreu abortos em 1990 e 2005. Nos últimos dois anos, em que o marido lutou contra o câncer, Lisa ajudou Patrick a escrever sua biografia. O aniversário de 34 anos de casamento foi comemorado em junho deste ano. Na cerimônia de renovação dos votos, Patrick apareceu como Lisa havia pedido: em um cavalo branco, como uma legítima cena de “Dirty Dancing”. Esse foi o resumo em breves palavras do que fez Patrick pertencer somente a Lisa, é o caso particular deles eu sei, mas serve como confirmação do aforismo de Tolstoi que coloquei no inicio do texto, pelo menos para esses dois corações. Eu do meu lado acredito que se você conseguir que alguém te ame verdadeiramente, independente de posses, de ciúmes e livre de quaisquer outros interesses, sua vida toda já terá valido a pena.
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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Ele agora é como o vento...


O anjo da morte ante ontem veio buscar o ator Patrick Swayze e levou com ele sua alma, porém sua arte permanecerá conosco, seus filmes, seus exemplos e sua alegria. Mas é como diria uma velha canção do Queen “Show must go on”, o show deve continuar, porque a vida sempre continua. E na minha vão ficar alguns filmes em que ele foi protagonista e que marcaram momentos importantes de quem sou . O primeiro filme que assisti com Patrick foi “Vidas sem rumo”. Ele mostrava a falta de horizontes dos jovens, Swayze era um dos irmãos órfãos que trabalhavam num posto de gasolina pra sobreviver, e com os amigos, formam uma gang. Mostrava também que estes jovens tinham muitos sonhos que gostariam de realizar, mas a realidade de suas vidas era bem diferente. O personagem que narra, o irmão caçula Ponyboy Curtis (C. Thomas Howell), adorava poesia. A moçinha do filme era Daine Lane uma das mulheres do cinema que eu mais gosto. A produção tinha um elenco estelar: Matt Dillon, Ralph Macchio, Rob Lowe, Emilio Estevez e Tom Cruise. Outro filme dele inesquecível foi “Dirty Dancing — Ritmo Quente”. Em 1987, o filme botou a dança de salão na moda. Patrick Swayze e Jennifer Grey eram Fred e Ginger numa versão atualizada e muito mais romântica (porque Fred e Ginger, vocês lembram, sempre começavam os filmes se desentendendo!). A trilha sonora desse filme é muito boa, adoro “Hungry Eyes”, adulto depois que assisti a cenas em que essa canção surge notei a sensualidade flamejante desse filme. Daí veio “Ghost — do Outro Lado da Vida” em 1990. “Caçadores de Emoção”. Por causa do filme quase saltei de pára-quedas, mas nunca(ainda) tive coragem. E por ultimo assisti a “A cidade da esperança” , um filme grandioso do qual jamais vou me esquecer. Patrick interpreta um medico que ficou atormentado por problemas existenciais e acreditando-se culpado da morte de uma criança, operada por ele, abandona a profissão e dirigi-se ao país de Ganghi em “busca de luz espiritual”. Em Calcutá, é assaltado e espancado, sendo socorrido em um Dispensário – a Cidade da Esperança -, fundado e dirigido pela sra. Joan, lá ele encontra um campo de trabalho caritativo, junto à população mais carente, que tocará para sempre, o seu coração. A frase do filme é : “O que não se dá, se perde.” Patrick cantou em “Dirty Dancing” uma das canções que fazem parte do repertorio da minha alma: “Shes like the wind”, impossível escutá-la e não me lembrar do tanto que amei. Vai com Deus Patrick nós que aqui estamos vamos sempre nos lembrar de você! Meu sorriso de hoje agradece pelas lembranças que você ajudou a gravar no meu coração e as minhas lágrimas serão pela falta que você fará aqui nesse mundo. Até a próxima meu amigo, nos vemos num outro filme.
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domingo, 13 de setembro de 2009

Meu sangue errou de veia...


Não faz muito tempo não, foi estes dias que eu me liguei nesse lance louco do espelho, não daquele que tenho no banheiro, mas aquele que reflete muito mais do que nosso rosto, mas os nossos atos e atitudes em outras pessoas. Saber que os meus pensamentos funcionam como espelho de alguém também tem engrandecido esse meu ato livre que é escrever. Ver-se refletida ou refletir outra pessoa em si é uma “brincadeira” saudável à beça para o autoconhecimento. Porque ao se deparar consigo mesmo você percebe tanta coisa que estava invisível que resolve se amar. Não de forma egoísta e vil, mas de uma maneira que toda alma merece. É um caminho que vai para dentro, cheio de curvas é claro, porque nenhum de nós é santo(a), mas que quer pelo menos nessa existência entender um pouco quem é esse(a) que somos. O nosso ser real cheio de medos e contradições, o nosso eu sorridente mesmo coberto de cicatrizes. E a melhor maneira de espelhar ou ser espelho é amando. Em seu livro “Pequena tratado das grandes virtudes” um filosofo chamado André Comte Sponville afirma que há três manifestações de amor" : Philia, Ágape e Eros. Philia seria como o amor associado à amizade, ao companheirismo e reciprocidade. Já Ágape traz em sua essência a benevolência e caridade de forma humanitária e desinteressada. E é em Eros que a loucura da paixão explode, pois ele é um amor a serviço deste deus ciumento e possessivo. O tormento e o prazer vêm juntos, pois este desejo, às vezes é incontrolável. E melhor espelho de quem somos é que uma paixão não há. Pois, a pessoa pela qual nos apaixonamos tem atributos sutis, capazes de ativar e trazer para o presente experiências afetivas de modelos que vivem na nossa inconsciência. Detalhes tão pequenos como o tom de voz, a forma de olhar ou a textura da pele são elementos catalisadores e de explosão entre os enamorados. A paixão consegue negar os limites impostos pela vida, a gente fica brincando com o tempo e se esquece que um dia tudo acaba. O reflexo de quem verdadeiramente somos assusta, em alguns casos até apavora. Mas pode também causar encanto, e vontade de ficar mais perto e de mergulhar mais fundo. As vezes o medo é justamente a chave que liga uma nave chamada coragem.
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terça-feira, 8 de setembro de 2009

Por que continuar só assistindo à vida em vez de vivê-la..?


Observando como tenho estado diferente diante de muitas coisas... como estou me abrindo para muitas novas possibilidades e principalmente... me sentindo feliz onde antes poderia me sentir triste, vi que muitas vezes estava só assistindo a vida acontecer e reagindo ao que ela me trazia... sem viver. Quando estamos sob o jugo das memórias equivocadas, somos assim como os espectadores assistindo a um filme... que já está pronto, e no qual não podemos fazer nada para mudar o script... só nos cabe "reagir" com lágrimas ou com risos de acordo com o que nos aparece na tela do cinema. Só que as nossas memórias, quase nunca passam filmes com final feliz... parece que elas preferem os dramas e podemos correr o risco de nos acostumar ao papel de vítimas. Acostumamos a vários papéis... e pouco sabemos do que é "não representar". Gostar e não gostar quase sempre tem antecedentes... experiências que nos fazem acreditar que determinadas coisas e pessoas são boas ou não são boas. Seria assim como se tivéssemos duas caixinhas... ou melhor, três caixinhas e assim que entramos em contato com alguém ou alguma situação, já reagimos e colocamos em uma das caixinhas. A do gostar... não gostar e neutra ou indiferente. Sem nem nos darmos a oportunidade de receber aquela pessoa ou situação no presente, onde poderíamos perceber que, tudo que nos chega tem possibilidades infinitas de descobertas. E quem determina essa escolha nunca somos nós... são as nossas experiências passadas.. que estão guardadas em memórias carregadas de emoção. Determinam que coisas e que pessoas vão estar em qual caixinha... e como vamos fazer de tudo para evitar umas e para trazer outras para perto. Mas será que nos só viemos aqui para selecionar coisas e pessoas que queremos e que não queremos na nossa vida?
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segunda-feira, 7 de setembro de 2009

As aparências não enganam mais...


As pessoas de verdade e verdadeiras são duplos em suas chamas. Soltam fogo pelas ventas, amam muito, odeiam muito, desejam muito, sacaneiam muito, se arrependem muito, choram muito e amam demais, além da conta. E se elas ficam juntas, ou se atraem, não será pela perfeição, mas por causa das suas cicatrizes. Por trás desse reino de aparências e referencias falsas, embaixo dessa máscara e dessas roupas a alma sabe, mas do que deveria saber, por isso sofremos tanto. Estamos no meio de um jogo, de uma batalha de forças, de egos e de nuvens. E vencemos pela essência e pela perseverança, pelo o que se repete e mesmo assim nunca é igual, pelo o que nos escapa e pelo o que então está ao nosso alcance e agarramos com todas as nossas forças. Todo ser humano está sujeito a cometer equívocos, a incorrer em faltas, a jogar tudo pro alto e colocar tudo a perder, a magoar as pessoas que mais ama, todos nós temos uma infinidade de ilusões perdidas e sonhos inúteis, todos nós erramos, todos nós vacilamos. Mas há sempre um RENASCIMENTO, sempre outras chances, outros dias, outras possibilidades, infinitas oportunidades para se redimir, para reconstruir. Nós somos um projeto feito para dar certo, uma aposta do universo que o amor é capaz de sobreviver aos vacilos, a catástrofes atômicas e as explosões de galáxias.
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sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Não quer o meu calor..?


“O amor é uma tentativa de penetrar no íntimo de outro ser humano, mas só pode ter sucesso se a rendição for mútua.” (Octavio Paz, poeta mexicano)



Segundo Octavio Paz, o amor e a paixão exigem entrega que vai além do tempo, dos calendários ou relógio, e o espírito romântico que habita toda alma, embora não se manifeste em todo corpo, nos ensina que ele é um encontro que transcende ao significado imediato das coisasEstou lendo um livro de Octavio Paz intitulado “A dupla chama: Amor e Erotismo” onde o poeta Mexicano tenta dissecar o amor e o sexo. Para ele um encontro erótico começa com a visão do corpo desejado. Vestido ou desnudo, o corpo é uma presença, uma forma que, por um instante, é todas as formas do mundo. E ao tocá-lo deixa de ser apenas presença para se tornar satisfação. "O amante ama o corpo como se ele fosse uma alma e a alma como se ela fosse um corpo. O amor mistura a terra ao céu: ele é a grande subversão." (Octavio Paz) É um daqueles livros que pensamos estar devorando, mas logo percebemos que é ele que nos banqueteia, que nos engole vivos e nos cospe depois aos bagaços, ainda tentando juntar os pedaços tamanha afragmentação. Seguindo a leitura descubro, reflito sobre o que ele diz a respeito do encontro. Aquilo que se diz sobre a imprevisibilidade do nosso destino, que estamos bordados no centro de um tecido de coincidências, sinais e correspondências. Como a filosofia encontrada nos arquivos PPS(Power Point) que vai de “A pessoa errada” do Veríssimo ao “NEOQUEV” que conta a historia dos velhinhos, por mais sorte ou predestinação que seja a cumplicidade da nossa vontade é que torna qualquer encontro possível. O grande mistério da liberdade, é que ela é a mãe de nossas escolhas. E elas como filhos... ou nos amam em retribuição o se revoltam contra nós, El deseo es más vasto que el amor pero el deseo de amor es el más poderosos de los deseos. (Octavio Paz)
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