sábado, 6 de dezembro de 2008

Saudade...


Somos tão pequenos. Somos grãos na humanidade. Mas mesmo assim, esse grão é um pequeno mundo único, singular. E, como grão que somos, enfrentamos tempestades, encontramos dunas seguras, vivemos a solidão no meio de grandes desertos compostos por milhões, milhares de milhões de grãos. Já senti tanta coisa, já vivi tanta coisa... Muito mais que alguns, muito menos que outros. Mas o que interessa? Sou eu, aqui, neste singular plural e, apesar de saber comunicar e interagir com o mundo (nem sempre da melhor maneira, eu sei), só eu sei quem sou, o que sinto, o que vejo, o que vivo. Só eu sei o que é sorrir e chorar, o que é lembrar, em mim. E como me lembro... Faço da memória porto de abrigo. Apelo a um certo saudosismo para me lembrar de mim, noutros anos, noutros mundos, noutras vidas. Se o mundo me magoou, se me esqueceu, se me excluiu... Nada disso, neste preciso momento, me importa. Sei agora que ser feliz é tão fácil. Difícil é chegar lá. Mas, é como tudo. É tão fácil estar no pleno, atingir objetivos, mas é tão difícil talhar caminhos. Talvez tudo isto seja desconexo, mas quem disse que a alma é uma só verdade, uma só frase? As incertezas, os apontamentos, as divagações... Todas elas nos levam a algum lado. Todas elas compõem o “eu”. No fundo, tenho saudades do passado e esperança no futuro. São as minhas bases. E, sei bem, não tenho magoas do passado nem medo do futuro.

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