quarta-feira, 29 de julho de 2009

Viver sem pele, existir com alma...


Assim é o meu caminho, portas que se fecham, janelas que se abrem, rios que correm mansos em sua superfície, mas com correnteza forte em seu interior. As etapas que não atravessei ou pulei, percorri inteiras, os ciclos que se acabam e os novos horizontes que se descortinam. Não sei o que me espera na próxima curva, mas caminho assim mesmo em sua direção. Não saberia viver se não fosse dessa forma, da minha maneira, de como experimento o mundo. Existo aqui, tenho o meu lugar, a minha importância, e procuro representar a minha existência da forma mais plena possível. Descobri o que me faz feliz e para minha sorte são coisas simples e que não são tão complicadas de se conseguir. Assim é a minha estrada repleta de trevos, desvios e encruzilhadas, ao optar por uma das trilhas tenho que apagar da minha mente a outra que não escolhi, acredito num destino final. E o meu caminho sendo um eu sou duas. Do lado direito sou aventureira, sensível, intuitiva...lá minha consciência se eleva pelos sentimentos, ela está sempre presente, mas se perde no tempo e em suas divagações. O lado direito honra a minha vida. Do lado esquerdo sou comedida, tímida, controlada...eu fico calculando, criando os limites e analisando as possibilidades. Eu o uso para me comunicar, para transmitir, para expressar minha identidade. O lado esquerdo preserva minha existência. O lado direito quer que eu permaneça assim como sou, o esquerdo que eu me torne uma pessoa comum. Por isso toda vez que abro os portões dos jardins da minha mente minha pele desaparece.
...(¨,)

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Isso é o melhor que você pode fazer?...


Em que neurônio terá nascido esse meu pensamento? Essas palavras são um veiculo extracorpóreo de mim, pois sou uma criatura sensível que pensa. E meus pensamentos ás vezes ficam lá rodando no automático. Por isso preciso urgentemente adminis­trar com mais cuidado o que acontece no interior da minha cabeça. É a minha vulnerabilidade maior. O lado direito do meu cérebro fica falando assim pro esquerdo, “Isso é o melhor que você pode fazer?”, o hemisfério direito quer dominar, não quer repartir o território do meu pensamento. Mas os arquivos da minha memória não podem ser manipulados por nenhum dos dois. Afinal em que parte das minhas lembranças eu terei me perdido? Estou no comando de como escolho perceber minha experiência de vida? Não sei. Ás vezes sofro, me sentindo sólida, separada do resto, então preciso verbalizar, liquifazer o meu ser, decompor as paredes e iluminar o interior. Os dois lados da minha mente não deveriam lutar um contra o outro, deveriam colaborar. Mas a minha personalidade do hemisfério direi­to é a parte incontrolável, potencialmente vio­lenta, imbecil, desprezível e ignorante, que sequer é consciente de sua própria existência. A personalidade do hemisfério esquerdo é lingüística, racional, sagaz, e é o assento da minha consciência. A cabeça fica dizendo uma coisa, enquanto o coração fala exatamente o oposto. É a mente sensorial contra a mente intuitiva, é a mente julga­dora contra a mente perceptiva. Elas estão lutando o tempo todo uma contra a outra. De que lado eu estarei agora?
...(¨,)

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Eu existo pra você...


Ao descobrir que o seu maior desafio seriam as relações humanas aquela mulher passou a pensar muito sobre o assunto. O exercício da autocrítica ensinado por sua mãe passou a fazer parte do seu universo interno insistentemente. O seu conceito de amor já não a estava fazendo bem, algo teria que ser mudado. A sensibilidade é a sabedoria do coração, assim como o conhecimento é a inteligência do pensamento, e agora aquela mulher precisava encontrar um ponto de equilíbrio entre esses dois rios que correm dentro dela. A razão em demasia pode tornar as pessoas egoístas e a emoção exagerada deixa-nos frágeis e carentes demais. O desafio agora era usar a razão onde ela deva ser usada( resolver problemas, planejar a vida e fazer as escolhas conscientes e sem impulso) e permitir que o coração tenha sua voz sempre ativa. A sensibilidade daquela mulher havia deixado seu coração exposto, a sua forma de amar a deixava dependente emocionalmente do amor. Embora ela soubesse através de sua razão que ninguém completa ninguém, tinha pavor de ficar sozinha. Não sozinha fisicamente, mas com o coração vazio, sem ninguém para amar e alguém para amá-la. Aquela mulher como projeto de ser humano poderia sucumbir assim dessa maneira, então precisava tomar um novo rumo. O primeiro passo seria liberar o perdão a si mesma e que sua individualidade não avançasse sobre o calor de seu afeto. Perdoar a si mesmo é reconhecer seus erros e acreditar na capacidade de corrigi-los. A individualidade não é um instrumento do egoísmo, ela deve ser a nossa aptidão para vivermos sozinhos, de cuidar do nosso corpo e alma dignamente. E tudo isso aliado ao reconhecimento que o outro não pode ser submetido, dominado e obrigado a fazer e a ser como queremos. Aquela mulher estava descobrindo uma nova maneira de amar, sem diminuir o calor e a poesia desse seu ato mais sublime, seu grau de franqueza consigo mesma ao ser transportado pra cá dá uma medida disso. Afinal ela não é automática, precisa estar reciclando o tempo todo para manter o frescor de sua alma. Agora ela precisava derrubar as velhas pontes e construir novas, para que as relações afetivas futuras, e até mesmo as antigas, assumam um novo significado em seu caminho. A frase do psicoterapeuta Flavio Gikovate agora era como uma onda se atirando contra os pilares de seu cais “Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém”. Embora ela tenha sido sempre muito compreensiva, é muito critica, talvez isso tenha sido um dos pontos de atrito que desgastaram os amores tão bonitos que surgiram em sua vida, e aquela mulher tem buscado desesperadamente paz de espírito e não tem a encontrado. Não é fácil ser ela porque como está acordando e não dormindo como a maioria das pessoas, está sujeita a errar muito mais do que eles que repousam nos braços de Morpheu. Aquela mulher provavelmente sou eu.
...( ¨, )

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Os três caminhos...


Eu tinha três caminhos a seguir, o primeiro era acreditar nas palavras do que as pessoas me diziam, nos conselhos, nas idéias, nas soluções que elas acreditavam ser adequadas a minha vida. O segundo era como a canção do Legião, provar pra todo mundo que eu não precisava provar nada pra ninguém. E o terceiro era só acreditar naquilo que sou capaz de escolher por mim mesma.(Existem amores por aí que se movimentam como o amor, que sorriem, dançam e se oferecem como se fossem amor.) O primeiro caminho nos aproxima das pessoas, o segundo e o terceiro nos afasta. (Tem amores com os mesmos sabores que o amor, cheiram, suam, e falam como se fossem amor). O primeiro caminho nos exige escutar, ser menos teimosos, acreditar no que as pessoas nos dizem e que elas são confiáveis para compartilhar conosco nossos segredos, que elas não vão usar as nossas dúvidas e as nossas mazelas para se sentirem compensadas com as próprias desgraças. Há um processo inconsciente nos seres humanos que embora pareça cruel, não é. Usamos os problemas dos outros para justificar os nossos e assim nos sentirmos melhores. (Aquele amor faz juras como se fosse mesmo um amor) O segundo caminho, provar pra todo mundo que não precisa provar nada pra ninguém, é a estrada do orgulho, é quando queremos mostrar ao mundo nossa importância, tem seu lado bom porque fortalece nossa autoestima e autoconfiança. Mas tem o lado ruim , a soberba reinando dentro da nossa barriga como se fosse um rei. (Um amor tão parecido com amor, tinha o mesmo gosto, inspirava os mesmos pactos, me fazia sonhar, acreditar como se fosse mesmo um amor). O terceiro caminho, que é aquele que nos leva a só acreditar naquilo que somos capazes de escolher por nós mesmos, é o caminho da convicção, da certeza, da intuição, uma voz nos diz, a nossa voz interior, e nós escutamos e executamos de acordo com aquilo que acreditamos. Escolhi esse caminho pra seguir.
...(¨,)