quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Em 2010, faça acontecer...


Estamos vivos, para sermos felizes. Desde que o mundo é mundo estamos sempre em busca disso. Desejamos realização das coisas a nosso favor e de modo adequado. Um aprendizado que não é simples, porem totalmente possível. A nossa primeira e principal busca existencial esta direcionada para nos libertarmos de todos os nossos fantasmas. O intento é rumarmos para estarmos plenos e felizes. Viemos com esse objetivo.Como receita, uma regra básica e infalível. Seguir a intuição visando não se machucar mais. Objetivar sair da doutrina do drama e deixar para trás o entendimento de que viver em meio a sofrimento é normal. Quando a vida não está boa costuma-se entrar num conformismo atroz onde colocamos mil desculpas em vista a não acionar mudanças corajosas, ousadas e fundamentais de mudança de contexto. Ao contrário, a tendência é a permanência num status de paralisação covarde permeado por todo o tipo de crença negativa.Somos os donos e os senhores dos nossos destinos. Capazes de mudar qualquer cenário em nossas vidas. No fundo sabemos disso. Falta acionar coragem para se aventurar no novo e desconhecido das nossas possibilidades de existir.Somos muito bons em tudo o que escolhemos ser ou fazer. Apenas ainda não nos demos conta de que podemos e merecemos o melhor. Desejo que em 2010, sua atenção esteja ininterruptamente focada no que é melhor para você. Sem espaço para distração de propósitos. Exija de você mesmo total atenção nos focos escolhidos e siga o leme da sua intuição-iluminação. DESEJO A TODOS QUE LEREM ESTE BLOG...UM EXCELENTE ANO NOVO E ATÉ 2010.
...(",)

sábado, 26 de dezembro de 2009

Em primeira pessoa...


"Outras vezes, eu acho que Deus criou o mundo por não suportar as histórias em primeira pessoa." (Rita Apoena)

Falo sério. O ano já está no final, muita coisa aconteceu de bom outras não, e mesmo assim ainda não parei de sonhar. Apesar do meu coeficiente de realidade ser a constante da equação da vida que mais me faz ter juízo. Prudência e cautela, atitudes que uso para me proteger, não inibem a ousadia, o atrevimento de experimentar ampliando horizontes e experiências. Pertenço aos lugares por onde estive. Tenho um cartão postal deles estampado na alma. Procuro cultivar esse meu mundo íntimo porque o mundo lá fora é precário, desigual e cruel, pelo menos por dentro mantenho a utopia de uma felicidade constante. Afirmo, porque acredito piamente nisso, que não terei câncer porque não resolvi completamente meus conflitos emocionais. Se eu morrer pelo meu próprio veneno vai ser porque entreguei os pontos em algum instante ou pela ansiedade e pela incerteza quanto ao futuro.
...(",)

Para isso fomos feitos...


“Para isso fomos feitos: Para lembrar e ser lembrados/Para chorar e fazer chorar/Para enterrar os nossos mortos —/Por isso temos braços longos para os adeuses/Mãos para colher o que foi dado/Dedos para cavar a terra.” (“ Poema de Natal” de Vinicius de Moraes)

Daqui onde estou olhando para a superfície do mar lisa me parece sólida, fico com a sensação que se descer lá embaixo eu vou poder caminhar por sobre aquelas águas e ondas. Nada mais oportuno do que caminhar sobre o mar nessa época, lembrando a passagem em que Jesus caminha sobre as águas do mar morto. O natal pra mim tem sempre duas mensagens, uma de amor, proximidade e união familiar e outra de tristeza e sofrimento por reconhecer e sentir que nós seres humanos somos egoístas, cegos e alienados. O planeta tem 6,3 bilhões de almas vivendo nesse momento e somente 1, bilhão comemora o natal no dia 25 de dezembro, não é natal no mundo todo, o mundo todo não é cristão, não há unanimidade em nada nesse planeta. Estamos cercados por um mar de desigualdades, injustiças, violência, desrespeito e corrupção. Mas é para isso que fomos feitos ,para reconhecer que o mundo é adverso e diverso, simples nas manhãs e complexo nas noites, fomos feitos para suportar humilhações, para ajudar o outro, para acreditar sempre que amanhã será melhor do que hoje, para nos reerguemos das ruínas. Para enterrar nossos mortos e lembrar deles em qualquer dimensão que estejam:
Você me eleva, então eu posso ficar sobre a montanhas
Você me eleva, para andar sobre mares tempestuosos
E sou forte, quando estou sobre seus ombros
Você me eleva: Para mais do que eu posso ser(Da canção “You Rise me up”)


Natal pra mim é um tempo de agradecimento, por estar viva, por ter a capacidade de sorrir e de chorar, por ter o dom de respirar e pelo presente de estar presente aqui até quando eu puder. Ainda que não seja Natal em todas as tradições, etnias e países da terra que o desejo puro dos cristãos possa envolver de amor todo o planeta ainda que seja apenas por algumas horas. Feliz Natal atrasado, mas um FELIZ NATAL!!!
...(",)

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Você que me lê, que me ajude a nascer...


“Ele estava só. Estava abandonado, feliz, perto do selvagem coração da vida” (James Joyce em Retrato do Artista Quando Jovem)

Ao narrador só resta mesmo contar, descrever a trajetória do antes e a rota do depois por um caminho que tanto pode levar ao paraíso como pode dar em nada. O mundo da palavra é uma possibilidade infinita de aventura, ele entra dentro do personagem para revelar seus pensamentos, narrativa em terceira pessoa pode ser confundida como escudo, mas na verdade é espada. Ao retornar de sua viagem profunda Giovanna reencontrada olha para o mundo com olhos renovados. Seu olhar se expandiu e fundiu as correntes e derreteu as âncoras “Já não quero ser igual, pois tudo que há dentro do meu coração precisa ser mudado”. Giovanna estava morrendo do próprio veneno, intoxicada com seus pensamentos negativos, é incrível como o simples ato de pensar pode mesmo matar alguém “se é para viver que eu viva completamente, em qualquer canto desse mundo, em toda cidade, que eu possa até mesmo me dissolver em outras vidas, mas nunca perder minhas propriedades químicas e identidade.” Pescada viva da realidade, a vida desta personagem caminha sempre por vias oblíquas, bem próximas das relações verdadeiras e consolidadas, vive um constante enfrentamento ao mesmo tempo em que tenta escapar. O narrador, que é a pessoa lá de fora do dentro onde ela vive, é obrigado a ser neutro, a ser comum, a ser normal, mas Giovanna não, está livre porque não existe, ou melhor existe sim, mas só alguns olhos a vêem, ela só se revela aos mais sensíveis e loucos. Ainda que bicada pelas águias e picada pelas serpentes a infante esforçada rompe o caminho ignorado desde neném, nada a impedirá, não deterá sua marcha porque enquanto seu corpo enverga e envelhece sua alma se purifica e engrandece. Hoje subi mais um degrau em direção ao céu.
...(",)

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Culpas e desculpas...


Você já refletiu sobre o que representa a culpa em nossas vidas? Não há dúvida de que o sentimento de culpa é um dos grandes responsáveis por nossa infelicidade. Quando fazemos algo que nos causa um desconforto íntimo pertinaz, é bem provável que seja a culpa se instalando. Mas o que fazer para que esse sentimento não se aloje em nossa intimidade e nos traga fortes dissabores? Parece lógico que a melhor atitude é a que elimina, em definitivo, esse desconforto de nossa alma. E que atitude poderia ser mais eficaz do que um sincero pedido de desculpas? Todavia, pedir desculpas significa admitir que nos equivocamos, e isso mexe diretamente com nosso orgulho. O que geralmente fazemos, então? Ficamos remoendo o desconforto e buscamos alguém a quem culpar pela atitude que nossa consciência desaprova. Não seria mais coerente pedir perdão? Logicamente seria, mas o orgulho muitas vezes nos impede. O que fazemos, então? Preferimos nos punir de outra maneira. E geralmente optamos pelas enfermidades... A consciência nos acusa, mas em vez de resolver a questão com a humildade de um aprendiz, preferimos a autopunição velada. Em vez de pedir perdão, optamos pelo sofrimento. Em vez de aliviar a alma admitindo que somos frágeis e nos equivocamos, preferimos nos esconder sob a máscara de uma perfeição da qual ainda estamos distantes. Por não admitir as nossas próprias fraquezas, também não as admitimos nos outros, e agimos com um rigor desmedido, infelicitando-nos e infelicitando os que conosco convivem. Mais sensato seria reconhecer que somos aprendizes da vida, e que todo aprendiz tem o direito de errar, mas tem também o dever de corrigir o passo e seguir em frente. Como aprendizes da vida, não estamos isentos do erro, da queda, das fragilidades que caracterizam a nossa condição de alunos imperfeitos. Assim sendo, vale a pena agir como quem deseja crescer, aprender, ser feliz. E para isso é preciso saber pedir perdão, saber perdoar, saber tolerar... Só não admite erros a pessoa que se julga infalível, perfeita, acima do bem e do mal. E essa, certamente é uma pessoa infeliz. Se quisermos aprender a ser mais leves e menos presunçosos, observemos as crianças. Elas não têm vergonha de pedir desculpas, não guardam mágoa nem rancor. Quando se machucam, elas choram... Pedem socorro, reconhecem sua fragilidade... Se não conseguem alcançar algo, pedem ajuda. Para entender as coisas, perguntam várias vezes. Quando sentem medo, admitem. Pulam no colo mais próximo ou se enroscam no pescoço do amigo ou irmão mais velho. Isso se chama humildade, isso se chama pureza. Isso se chama sabedoria. É por isso que as crianças aprendem. Elas não têm vergonha de ser aprendizes da vida. O sentimento de culpa é um detrito moral que fustiga a alma. A pessoa que carrega esse fardo, sofre e não admite ser feliz.
...(",)

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O verdadeiro Natal...


E o tempo passa, as estações mudam, o século vira, o NATAL está chegando novamente. Nas travessias diárias, com ventos favoráveis ou contrários, encontramos horas alegres, ilhas benfazejas e repousantes. Sempre nesta data tão importante, fazemos um balanço do ano vivido, dos anos percorridos. Eu desejaria que este NATAL fosse diferente somente com bons propósitos para esta humanidade sofredora com o embrutecimento do ser humano. Está em tempo de corrigir os erros, apagar mágoas, fazer justiça, amar o próximo. Vamos curtir a boa leitura, sermos poetas, amando a lua mas não querendo trazê-la para a terra. Sonhar com as estrelas, sabendo que elas só podem brilhar no céu. Segurar o sorriso não o deixando ir embora. Dar um sorriso para aqueles que já esqueceram esta manifestação alegre. E as lágrimas ? Elas precisam correr quando necesário em cada face. Conserve a vontade de viver pois sem ela não se chega a parte alguma. Persiga um sonho e alimente-o. Vamos olhar para o lado e descobrir quantas pessoas precisam de nós. Procurar caminhos, ir em frente, mas não se deve magoar ninguém nessa procura. Não deve destruir pontes, porque poderemos precisar delas quando voltarmos. Vamos nos alimentar de amor, de esperança, abastecer o coração de fé, sem perde-la jamais, haja o que houver. É necessário ter força, seguir em frente e às vezes até voltar, para recomeçar de novo se tudo der errado. Seria bom ter ouvidos para ouvir palavras doces, músicas suaves, ouvir a melodia dos sinos que nos despertam saudades e ternura. Deixemos de lado a correria que nos faz esquecer de viver, de consolar de rezar juntos. Tudo isto está sendo lembrado, porque é NATAL, a maior festa da CRISTANDADE, pois é o aniversário do grande mestre, que nos ensinou toda forma de amor, paciência e fé. Temos o dever de sermos bons alunos, colocar em prática as preciosas lições que recebemos. Feliz NATAL a todos, coroados de bençãos e que brilhe a grande luz em 2010.
...(",)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Princesa do vazio...


É como se não houvesse mais separação
Onde fica a cabeça, onde começa o coração?
A lembrança é uma benção
O esquecimento uma maldição
Ou seria o contrário
Girando no redemoinho adversário?

No que me incompleta
Estou pr em corrente
Princesa do vazio
Picada pela serpente
Que nada na superfície do rio
Escondida na margem do repente

Pelo caminho que vim
Não volto
A mão que segurei
Eu não solto
...(",)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

O trem da beira...


"São tão remotas as estrelas, que apesar da vertiginosa velocidade da luz, elas se apagam e continuam a brilhar durante séculos. Morrem os mundos...Silenciosa e escura, eterna noite cinge-os. Mudas, frias, nas luminosas solidões da cultura. Erguem-se, assim, necrópoles sombrias..."(Euclides da Cunha)

Aquela cidade as margens do rio deu a impressão a Giovanna de que ela estava deslocada no tempo, na margem direita ficava o presente, na esquerda o passado. A visão da correnteza a deixa enjoada como se fosse uma mulher grávida, mas aquelas águas barrentas parecem ter o poder de irrigar seus olhos, ela chora de saudades, de medo e de ansiedade. Então caminha ao sol e esse lhe faz suar as bicas, como se estivesse derretendo a pele e os ossos, mas ela parece gostar desse calor amazônico, parece lhe fazer bem o fervilhar do sangue em suas veias que aos poucos vai apagando aquele estranho vazio em seu olhar. Sentou-se num restaurante para almoçar e beber água, há um ditado na região que diz: quem bebe água de lá pode ir embora, mas sempre um dia irá voltar. Imaginava que não duraria não mais do que uma semana lá. Agora depois que bebeu a água e foi picada pelos mosquitos não tem mais vontade de partir. Da sacada de onde estava sentada podia ver as grandes árvores na fímbria da floresta, as castanheiras se destacavam, com suas altas copas e seu tronco longo. De lá ela não via, mas sentado a sua sombra estava um moço, e eles ainda nem se conheciam, mas o vento se encarregaria disso. O perfume dela chegou até ele e o seu cheiro despertou nele um instinto de macho, que não é rude, mas sedutor. Tinha o rosto comprido e longilíneo, os olhos como duas janelas que precisam do sol e o contorno das sobrancelhas seguindo sinuosamente e acen­tuando a vontade de viver e de ser feliz que seus traços traziam. A pele não era alva, mas de um tom próximo de chocolate clarinho, perfeita para seu corpo bem harmônico. Antes que eu tomasse o trem, o céu estava sem nuvens emoldurando o sol que com seu calor de mil graus fazia o suor porejar por toda a pele. Sentou-se no terceiro vagão na segunda fileira, ele estava na terceira. Quando a composição começou a se movimentar eles estavam frente a frente, pois ele sentou-se na posição de quem viajava de costas para a Maria Fumaça. Giovanna adormeceu lentamente com os barulhos do trilhos e antes de fechar os olhos vislumbrou ele em seu formoso traje branco. Sem saber eles tinham o mesmo destino, a locomotiva os levaria até a capital onde lá tomariam um barco que os levaria cinco dias navegando até Manaus.
...(",)