segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Quem sou eu...


A consciência do pecador é uma voz constante que dialoga com ele o tempo todo: “A medida do destino é que algumas coisas são determinadas e outras acontecem de acordo com aquilo que queremos. Somos compostos por corpo, mente e espírito. A dimensão espiritual é invisível, representa a nossa alma, a imensidão da nossa jornada e as causas e efeitos dos nossos atos ao longo da eternidade. A mente é a consciência e a inconsciência, é o nosso eu, é o que pensamos, é o nosso desejo, nossas frustrações, nossos sonhos, medos, coragem...mas essa dimensão pode nos confundir. Podemos acreditar em coisas que não existem. O corpo é a nossa carne, a parte animal, a nossa herança genética e hereditária. A genética não é um destino, não determina o que você vai ser, mas oferece predisposições. Do conflito entre os nossos desejos e culpas, temperado pelos nossos recalques inconscientes e fraquezas que nos acompanham vida afora vamos sendo formados e tomando consciência de quem somos. Tudo influência a formação dos traços da nossa personalidade. As nossas referências são sempre nossos pais e a primeira coisa que fazemos é imitá-los. E muitos dos padrões de sentimentos e atitudes que carregamos pela vida afora são características de nossos pais, ficamos com eles enraizados, sempre com saudades da nossa infância, como diria a canção “em cada um de nós algo de uma criança”, no fim tudo isso acaba virando nossa identidade. Lembro de mim, do que herdei dos meus pais, o mesmo sorriso da mãe, a cor dos cabelos do pai, alguns dizem que o mesmo olhar triste da avó. Do jeito calmo, quase manso do pai, mas da explosão de ímpetos da mãe. Do jeito carinhoso, meio gato da mãe, e do silencio imerso em outro mundo do pai. Do coração cheio de fé cega e faca amolada da mãe e da cabeça com as mesmas preferências intelectuais do pai. Essa busca frenética para ganhar destaque entre nossos iguais nos faz criar um personagem. E é ai que os traços da nossa personalidade se destacam. As loiras são popularmente chamadas de “burras” porque o que as destaca é a cor dos seus cabelos, num país de morenos os que têm madeixas loiras chamam mais a atenção e não precisam ser inteligentes. A beleza e o visual substituem o conteúdo. Vemos sempre primeiro a casca, e a nossa porção animal prefere sempre a casca ao recheio. Porém é o dito popular que sentencia: “Por fora bela viola por dentro pão bolorento”. Quem sou eu? Talvez eu tenha tantos eus quanto as pessoas que me reconhecem...” E no fim dos passos desse caminhar a pergunta do pecador mudou....ele não se pergunta mais “quem sou eu?”, mas olha no espelho e diz “Quem eu posso ser?”

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