domingo, 30 de novembro de 2008

Reflexão...


Eu tenho um dom que não me serve para absolutamente nada: sensatez. Eu consigo ouvir as pessoas e entendê-las profundamente, às vezes até melhor do que elas mesmas, chego ao ponto de conseguir prever as bobagens que farão com base nas ações em curso. Essas coisas somente assentam na cabeça com a maturidade. Não adiante enxergar, entender, mas não sentir o outro e nem saber falar, e muito menos saber quando calar. Na maioria das vezes as pessoas não querem ouvir a verdade sobre si mesmas. Percebo isso na minha própria terapia. Não me importa muito o quê o meu analista fala, mas as conclusões que vamos chegando juntos. Bom, estou falando a maior obviedade, né? Pois é. Ainda hoje eu me revolto e digo exatamente o que é, o que eu vejo, e estou totalmente correta, mas o meu interlocutor não está preparado para ouvir. E isso não serve de nada, e apenas agride. ---- E não adianta negar: o tempo me dá razão. Em relação a mim mesma eu tinha um outro problema. Eu não conseguia me enxergar. Sabe médico que não consegue curar a si mesmo? Agora a coisa evoluiu para eu conseguir me ver, consigo entender um monte de coisas, mas está difícil de atuar. Nunca poderia ser minha própria terapeuta. Isso não funciona. É como o espelho retrovisor de um carro: sempre haverá ponto cego. Por outro lado eu consigo saber o correto a fazer, eu sei o curso correto de ação, sei os problemas de maneira fria e distanciada. Mas tantas vezes eu me sinto amarrada. Eu não deixo de gostar de uma pessoa por que ela tem defeitos, na verdade tolerar os defeitos é que faz o gostar. Eu normalmente os enxergo, e sempre enxerguei, então mesmo quando os coloco na mesa há um enorme afeto! Quem não tem defeitos? Quem não tem problemas? Quem não passa cego por questões doloridas e complicadas? A vida é difícil e é mais simples ver os outros do que o nosso próprio rabo, e este clichê é muito sábio e inescapável. Há solidariedade em aceitar isso e não fraqueza, paternalismo ou sei lá o quê, pois a minha aceitação não inclui ser leniente. Reconheço a humanidade mais vibrante nas nossas fraquezas, na nossa falibilidade, nos desejos inconfessáveis e tantas vezes pouco honestos. E a grandeza está em assumir isso tudo e tentar ir além, ficar bem, melhorar mantendo a consciência, sem se achar feio ou mais vil num mundo de semideuses. Arre, estou farta de semideuses!!!! Eis que costumo gostar de pessoas e não dos diplomas que elas tem, e nem da classe social delas, muito menos do dinheiro ou do lugar onde elas moram. Posso ter pessoas queridas morando em favela ou em bairro chique e para mim todas são muito próximas e eu transito muito bem. Meu olhar me leva para mais perto delas do que a superfície mostra, vejo suas qualidades e seus defeitos e eu gosto a partir daí. Chamo isso de sensatez, pois é a atitude mais equilibrada que conheço, mais livre e ao mesmo tempo mais racional. Algo que tempera a minha intensidade da alma. Acaba que sou boa conselheira (menos para mim mesma!!!), sou uma boa mãe e amiga dos meus amigos...sensatamente eu sei que sou um poço de defeitos e não obrigo ninguém a viver com eles. Ser capaz de olhar, de ver, de enxergar. Meu dom, o grande motor da minha vida e minha maldição. Tantas vezes não me serviu para absolutamente nada. Tantas vezes me permitiu dar saltos de fé no futuro, estranhamente racionais. Ver, entender, saber. Falar. Amar. Ah, se eu conseguisse colocar isso tudo a meu favor.

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sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Caminhar...


Caminhe do meu lado por estas estradas que me levam nem sei bem para onde. Acompanhe-me sempre bem de perto e guie-me por este nevoeiro que não se dissipa.. Nunca! Afaste com o teu sorriso as nuvens que escondem o sol... Transforme, com uma simples caricia em meu rosto as lágrimas que caem, em chuva miudinha, daquelas que mata a sede da natureza e deixa tudo mais verde, com mais esperança, sabe? Com cheiro de primavera! Olhe-me nos olhos e, com o brilho do teu olhar, pinte os tons do arco-íris e faz de tudo o que nos rodeia um quadro de mil e uma cores. Segure a minha mão. Vem... E leve-me contigo para um sonho teu. Devolva-me a magia perdida e faz-me nascer denovo para a poesia da vida..Entrelace teus dedos nos meus e aperte-os com força. Não permita que a esperança escape por entre os meus dedos, deixando de novo minhas mãos frias e vazias... Dê-me a tua mão... Invente um sonho para mim e prenda-me num abraço eterno e infinito onde eu possa finalmente descansar... E sonhar! Guie meus pensamentos para o mundo mágico das emoções e, nele, segure-me em teus braços numa dança suave feita dos mais doces sons e sob os mais variados tons, embale-me na melodia de uma canção há muito esquecida, que teima em trazer saudade. Percorra comigo o caminho da razão sem razão, da lógica sem lógica; mas dos sentidos cheios de sentidos. Desnude o meu sentir, a minha dor, a minha alma.. Tente me entender sempree complete-me para que num instante, eu encontre o meu caminho... Porque só no encontro das almas e na troca de carinhos é que a vida se torna vida... E se faz!"Dê-me a tua mão e arranque com ela esta agonia que eu levo no peito, porque só deste jeito eu poderei tocar tua alma...."

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quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Bolhas, meninas e nuvens...


Ei, psiu! Olha aqui! Vem cá! Desfaça essa cara amarrada e me encontra lá. Lá onde? Ora onde! Ali, lá, bem aqui... pertinho! Naquela nuvem! Qual? A branquinha? Ah, não! A outra, ao lado. Aquela! Aquela cor-de-rosa que guarda um segredo lilás e uma verdade toda azul. Aquela que de dia brinca com o sol e de noite vira estrela? Isso! Essa mesmo! Já esteve lá? Estive! Mas, já não sei como voltar... Esqueci como se chega até ela... É fácil, vem cá que eu te ensino, é só dobrar a esquina e seguir em frente toda vida pelo céu dos teus sonhos. Ou, querendo, você pode simplesmente fechar os olhos, ou ainda, pegar carona com a primeira bolha de sabão que passar. Dizem que ela as assopra o tempo todo. Ela quem? A menina! Aquela? É... aquela! Mas, quem dizem? Eles, oras! Eles quem? Os anjos que moram naquela nuvem. Dizem o que mesmo? Que aquela menina não se cansa de soprar bolinhas de sabão na esperança que você não perca a próxima que passar, e veja, e volte, e venha... Eu nunca quis... O quê? Perdê-la... Então, vem que ela continua lá esperando por você! Mas, você tem que ser ágil porque elas(as bolinhas de sabão!) duram o momento exato de um sorriso e podem vir acompanhadas da realização de um pedido, e há quem diga que estão sempre ao alcance das mãos, porém, há de se saber enxergá-las, e tocá-las, e retê-las, e deixar-se levar! E quanto tempo dura um sorriso? Ah, isso depende de quem o recebe. De como é sentido. Para alguns pode durar a eternidade de um instante, para outros a brevidade de tudo que poderia ser eterno e não foi... (nem perceberam). Hum... e, quando vêm acompanhadas? Do pedido que se realiza? É! Quando você sorri sem pretensões.

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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Jogo da Luz...


No jogo da luz há os que são conhecidos como iluminados, tem o brilho cercando seu corpo, uma aura cintila ao redor de seus contornos. Do outro lado estão os sombrios, obscuros , a sombra e a escuridão permeiam o seu mundo interno. Sombrios e iluminados lutam um contra o outro, mas não sabem, suas batalhas são no campo invisível, medem forças numa dimensão além da nossa visão. Um sombrio pode se tornar um iluminado e o contrário também é verdadeiro, eles não são um exercito fixo, os iluminados podem perder sua luz e os sombrios podem se iluminar. Dessa forma, no jogo da luz, todos temos que estar atentos, vigilantes, prevenidos quanto à possibilidade de sermos dragados para o pior dos lados. Um sombrio parece com um iluminado por fora, você só descobre quem ele realmente é convivendo, a sombra dele, oculta , se expõe discretamente .Num piscar de olhos o espectro negro se mostra. Um iluminado não parece ser sombrio, tão pouco é aparente o seu brilho, aos poucos a luz dele vai se revelando espontaneamente, sua força provem dos sóis, dos corpos celestes que emitem radiação. Os sombrios lutam pela perpetuação das aparências, da obscuridade, da escuridão que atraem nossa substancia deprimida, estressada, são parte do jogo, do equilíbrio do universo. Os iluminados são os que brilham, mas nem sempre são vistos, os que vieram para ajudar, a luz está com quem se torna sensível a ela, “iluminar, iluminar sempre, iluminar tudo, iluminar todos, apenas iluminar , esse é o meu lema, é o do Sol”. Porém no jogo da luz não podemos ter certeza de nada, pois nós nunca sabemos de que lado estamos.

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terça-feira, 25 de novembro de 2008

Décadas perdidas...


Eu consigo enxergar no cerne pavoroso dessa recentíssima crise mundial a face fiel da ganância dos homens dos dias atuais. É a selvageria inóspita aos que costumam gritar o já famoso “salve-se quem puder”. Parece que, nesse clima, ficar rico é a idéia mais densamente aceita, independente dos meios usados para se obter esse fim. Creio que nunca foi tão urgente criar-se uma ordem sócio-política nova, onde possamos encontrar menos vícios e mais atos zelosos do ponto de vista ético e moral. Deixamos de fazer muitas coisas boas entretidos com o ranço desse modelo que desenhamos e usamos nas últimas duas décadas – quiçá três. O passado que vivemos nos mostrou o sensato e o nem tanto. Escolhemos um modelo desumano para vivermos. O homem ficou à margem do lucro e do enriquecimento; o bicho-homem alimentou a ganância em um desembestado gesto de apego ao supérfluo e pouco entendível pelos justos e marginalizados pelo sistema mundial do lucro. A verdade jamais poderá morrer diante da fantasia dos exagerados que, sem nada terem feito de substancioso, cobram aos berros o que nem sabem nem podem. Há uma crise dentro de outra. A globalização chegou e não nos preparou para saborearmos seus frutos amargos. Quando a percebemos, já estávamos contaminados. Será que toda essa crise não será mais política do que realmente comercial? Os mesmos que a constroem a destroem. Quando ela nasce, logo em seguida já se sabe qual é o seu antídoto, como se pronto ele estivesse para ser usado quando os economistas resolvessem fomentar a anticrise. Fala-se em crédito como se esse possuísse identidade física e endereço conhecido. O homem se apequena tanto diante dele que é mais fácil para nós consumidores ouvir cada vez mais do que sequer falar uma palavra. As amarras do tom crísico são fenomenais, rudes e apavoradoras. A maior crise mundial é a falta de alimentos, empregos e vergonha na cara. O dinheiro tem servido irresponsavelmente a Estados e bandidos. O crédito tem de ser tomado a todo custo, faroleado pela voracidade midiática e, muitas vezes, pela desatenção dos consumidores. O mundo está faccionado, e cada pedaço dele contribui com um pedaço da crise global. A usura tem extraído além da conta as riquezas do subsolo. A terra é provocada quimicamente a produzir cada vez mais. Os famintos se multiplicam, e os gananciosos, esquivando-se de qualquer responsabilidade, apenas pensam no comércio e nos lucros. Enquanto isso, o homem pára de sonhar e torna-se um alvo fatídico dessa crise bestial e desnecessária para os que almejam viver bem. A crise está dentro de cada um de nós isoladamente. Quando nos ajuntamos ela se revigora e abunda pesadelos em nossa convivência diária. Estamos descarrilados, perdendo o referencial familiar e desumanizando-nos. Há um homem que constrói a crise e o outro que a lamenta e chora. Carecemos repensar valores, reconstruir o mundo, redimensionar nossos desejos e reaprender a sonhar. Já é tarde para muitas coisas, mas não para todas elas. Apenas o reolhar não nos bastará. Carecemos de fôlego novo, idéias despoluídas e uma vontade sã. Há um homem dentro de nós que está a perder-se e um outro nem tão distante que pode ainda ser achado. Quando resolvermos a crise de cada um de nós, a crise de todos estará então resolvida.
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sábado, 22 de novembro de 2008

Vida vazia...


Muitas vezes achamos a vida vazia e ruim por demais. Amyr Klink disse "um dia é preciso parar de sonhar, tirar os planos da gaveta e, de algum modo, começar." Mas como começar? Começar não é tão simples. Precisamos mudar para começar. E a mudança sempre implica uma perda. Temos que abdicar de algo para mudar, para fazer um novo começo. Começos exigem preparação psicológica. Começos e mudanças assustam. Não basta ter um plano, foco, projeto, sonho. Tem que ter vontade também. E força de vontade. Energia. Força interior e coragem. Acho que a palavra-chave é coragem. Arregaçar as mangas e dizer pra si mesmo "vou encarar". Não basta querer.Dizem que querer é poder. Não concordo. Vontade não é tudo, é importante, fundamental, uns 30%. Mas não basta. É somente um passo. O resto é coragem. Quando a vida está vazia e ruim por demais, vemos os defeitos, os contras e os erros. Enxergamos com clareza o que está fora do padrão. Fora de esquadro. E pra dar a volta por cima? Mudar? Modificar?Transcender? Não é fácil. É um trabalho árduo e, por vezes, doloroso. Vem de dentro. É um "click". Dá um click-interno.Um belo dia algo dá uma sacudida dentro de nós, é uma espécie de remexida...renascimento. Temos que parar. Muitas vezes temos que morrer. Morrer e renascer. Vida vazia e ruim não me basta. Quero v-i-d-a. Viver é jogar, apostar...sem saber se iremos ganhar ou perder. É sonhar. Acordar. Dormir. Mudar. Renascer todos os dias. Morrer. Parar. Continuar. Relembrar. Mas, principalmente, viver é ter coragem.
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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Cada um com seus problemas...


Na primeira vez em que ouvi alguém falar “cada um com seus problemas”, confesso que achei o termo muito agressivo. Como sou uma pessoa muito preocupada com o bem estar dos outros e sempre disponível para ajudar, não poderia achar correto alguém se fixar em si mesmo deixando o resto do mundo de lado. Porém, com o passar do tempo observando as atitudes das pessoas e as minhas próprias fui entendendo o lado positivo desse pensamento. Claro que no caminho espiritual aprendemos que devemos nos abrir ao amor, estender as mãos para as pessoas, ajudar o próximo, cuidar daqueles que estão à nossa volta, mas ainda assim precisamos saber o limite de nossas ações. Porque ajudar sem ser chamado, rapidamente nos transforma de bonzinhos em intrometidos. Saímos da sintonia de pessoas bem intencionadas e assumimos um ar inconveniente. Precisamos saber dos nossos limites e aprender a respeitar os das pessoas. Falar demais não ajuda em nada, mas manter o silêncio em momentos em que as pessoas esperam uma opinião ou atitude nossa também não é bom. Uma atitude sábia e amorosa é dar tempo ao tempo, mas ainda assim nos mantendo presentes e solícitos. E essa atitude consciente só é possível quando temos uma boa dose de autoconhecimento. Aliás, o autoconhecimento é o mais poderoso instrumento de cura na caminhada para uma vida melhor. Quem se conhece não fica implorando por carinho tentando agradar a todos e constantemente sofrendo com o descaso das pessoas. Porque muitas vezes pessoas carentes fazem tudo pelos outros, se humilham na tentativa de ganhar o afeto e o respeito do outro. Depois, quando a relação balança ou termina se sentem humilhados, traídos e usados. Fazer o quê senão mudar de atitudes? Parece simples, mas não é, porque são processos inconscientes. As pessoas não sabem que estão se excedendo, amando demais, compreendendo demais, ajudando a família sem respeitar seus próprios limites. Assim, fica claro que não adianta dar palpites. Faça o que precisa ser feito e deixe de lado a autopiedade e recriminações exageradas. Se você não pode mudar o mundo, mude você mesmo...(¨,)

Sensações...


Ando emotiva, tenho falado em lágrimas. Insisto, perceba, que não são lágrimas ruins. Mas ando emotiva, emotiva, emotiva. Descubro, através de intensas reflexões solitárias, que não ando, corro ou pulo, eu sou. Movida por coisas sem nome, cor ou definição, apesar de gostar de coloridices, de batizar palavras, de viver inventando expressões ou coisa parecida. Mais do que uma fase, a palavra emotiva traz consigo um significado que ultrapassa definições exatas de dicionários, afinal, quer palavra menos exata do que essa? São três as coisas que mais gosto na vida: cinema, livro e abraço. Eu gosto até de filme ruim, desde que seja filme, não sei se você me entende. Livro ruim eu desisto no meio, mas logo pego outro, não perco a esperança de encontrar bons livros. E eles existem, aos montes. Todo mundo tem um livro preferido e o famoso filme-da-vida. Qual é o da sua? O da minha é cheio de abraços (e que sejam sinceros, por favor!). Estou um pouco cansada da falta de verdade, daquele sorriso-obrigatório-social-aterrorizante-e-burocrático, vamos, você precisa ir e sorrir e fingir que tudo está bem e muito bem e tudo bem, pois você adora aquele lugar, seja ele qual for, seja você quem for eu repito: não faça isso, não entre nesse barco todo remendado que é o social-obrigatório-tenho-que-ir-e-dar-abracinhos-moles, não está nada bem, não. Não!, você tem que abraçar com gosto, aperto, vontade, tem que sentir o corpo do outro, cada mudança de temperatura, cada alteração, alternação, cada pêlo, marca, sinal, mancha, cicatriz, hematoma, corte, arranhão. Sentir o cheiro de perfume, desodorante, cheiro de passado, de sono, de cansaço, de fé, de lembranças, cheiro de cerveja, de amaciante Fofo, cheiro de molho de tomate, de cigarro, de shampoo, de gel no cabelo, cheiro de vida que está renovada, estragada ou revoltada, mas viva. Viva, no sentido amplo e infinito da palavra. Você pode estar num momento difícil, de transição, de perder-se em si mesmo, de fazer projeções e transferências de maneira inadequada, você pode estar em alfa, zen, em um dia nervoso, patético, calmo, em um dia comum, em um dia cheio de novidades, você pode estar passando por um momento mais difícil do que o da primeira linha, uma fase de achar-se em si mesmo, largar-se na vida, momento egoísta, intimista, altruísta, nazista, todos os istas estão lá, esperando você decidir que momento é este, qual momento será o próximo? Independente de tudo, tempo, situação, ganho, perda ou até mesmo alucinação, não consigo perder a capacidade de ser emotiva. Não, não pense que é sempre bom, não sou a-toda-boa, a toda alegre o tempo todo, a toda amorosa constantemente. Eu sou estranha, tenho gestos e pensamentos e encanações e neuras e filosofias viajantes e temperamento salgado e toda uma série de e's que não consigo ajustar aqui, agora, pra você, talvez por não saber ajustá-los nem pra mim. Mas deixa isso tudo pra lá, eu e a minha estranhice, estranheza, estranhagem, estranhamento, estranhação. Estranha ação. É isso aí, sou cheia de estranhas ações. Uma delas é tentar explicar o sentido de uma coisa que nem sentido faz. Vou tentar de novo. Ando emotiva, é isso que tento dizer pra você.

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domingo, 16 de novembro de 2008

Os “Zés Ruelas” também sentem saudades...


A língua portuguesa culta é extremamente elegante, tem palavras belíssimas como , obséquio, pudica, virtuoso e condescendência.Mas nem todos nós falamos de forma culta o tempo todo, porque convenhamos é muito chato. Passa uma certa arrogância em certos ambientes. É lógico que devemos falar corretamente, mas existe uma certa flexibilidade de acordo com o espaço e as pessoas que nele estão. Por isso um dos recursos da linguagem informal muito comum é a gíria. Falar somente na Gíria não é muito bonito, ao contrário de falar apenas formalmente, falar unicamente na gíria transmite uma outra mensagem. O uso excessivo da gíria é como se fosse um código, uma linguagem própria, uma demonstração de poder, de malandragem e traquejo. Lembro que na minha infância brincava de língua do P: P Pvo Pce Pvai Pna Pes pco Plaho Pje? Para cada sílaba usava-se a letra p na frente. Era divertidíssimo! Um outro uso da gíria é quando ela é usada para se fazer humor ou para tirar sarro. E cada época teve suas gírias, que já foram : “Sacou”, “é uma brasa mora”, “Gosto de tal coisa pacas “Podes crer”. Hoje são expressões como: “É ruim heim”, “Tá ligado”,”é nóis”, “Demorô”, “E aí véio?”, “ Sangue bom”, “É novas” e “ Zé Ruela”. A idéia é sempre fazer gracinha. Aliás o que é um Zé Ruela? Pode se traduzir por uma pessoa sem ação, incapaz de sair de qualquer situação que apresente alguma dificuldade; o mesmo que “ bunda-mole”, panaca, bocó, meio lento, ingênuo, que os outros se aproveitam dele, tirando-lhe sarro, um “coco, xixi”, Mané, goiaba, tonto .A lista é imensa e o número de Zé Ruelas no mundo, quase infinito. Na verdade a expressão original é “Zé Arruela”. É um pejorativo, inventado, certamente, no meio relacionado com mecânica. “Zé Arruela” deve estar relacionado com o cara meio lento, e ingênuo.Arruela é uma rodinha, uma chapinha de aço com um furo no meio, que serve de pressão entre a porca e a base onde será aplicado o parafuso. O parafuso é colocado e enroscado no buraquinho da arruela e da porca. Bom, a expressão Zé Ruela é engraçada, mas não algo exatamente bonito .Para encontrar a palavra mais bela foi feita uma pesquisa para saber quais eram as palavras mais bonitas do mundo, em todas as línguas. Lingüistas do mundo todo durante um seminário analisaram a musicalidade e o significado das palavras para escolher quais tinham o melhor conjunto e chegaram a seguinte lista:

O número um da lista é a palavra turca YAKAMOZ que significa: reflexo da lua na água.
O significa é bem bonito, mas ainda não sei falar turco e não tenho a mínima idéia dessa pronuncia, de forma que não sei qual a musicalidade que a fez ser a palavra mais bonita do mundo!
Em 2.º lugar: hu lu
: dormir, respirando profundamente (ressonar?) – China.
Em terceiro foi escolhida Volongoto: caótico; de uma língua africana regional do Uganda.
Quarto lugar: oppholdsvaer: a luz do dia depois da chuva; Noruega.
Chega-se à 5.ª classificada: madala: graças a Deus
; língua africana Hausa.
Em 6.º lugar: saudade: traduziram apenas como nostalgia; BRASIL .


“A saudade é um lago transparente a refletir sempre a imagem da pessoa ausente.”...(¨,)

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Antes que o amor acabe...


Todos querem chegar logo em casa, querem alcançar depressa o objetivo, bater suas metas, atingir imediatamente o seu alvo. Há pressa, há urgência, tudo tem que ser para ontem. Por isso é preciso amar rapidamente, tem que ser veloz o sentimento. Antes que o amor acabe. Sim porque o amor, posto que é chama, tem se apagado com mais facilidade, tem visto sua eternidade cada vez durar menos tempo. Antes o casamento era uma instituição sólida, era a fundação de uma família, de um reino formado pelos filhos, marido e esposa. Agora as pessoas se casam hoje para se separar amanhã. Não que tenhamos que ser prisioneiros de uma relação infeliz, mas é preciso saber que frustração também faz parte da vida. Há o que dê certo, mas há o que dá errado também. Dostoievsky, um fantástico escritor russo, dizia que amar alguém significa ver essa pessoa como Deus a concebeu. E Deus nos concebe, todos nós, com defeitos e com qualidades. Dentro de um relacionamento não temos como nos esconder, nada nos deixa mais nus do que se relacionar com alguém. Não há como se proteger e a exposição ao amor exibe quem verdadeiramente somos. O matrimonio é a confirmação que queremos ser conhecidos em toda nossa plenitude. E que queremos saber o que existe na alma com quem aceitamos nos comprometer e viver sob o mesmo teto. Antes que o amor acabe, antes que o sim vire não, é preciso virar do avesso o próprio coração e ter certeza que todas as possibilidades foram esgotadas. Que não há mais esperanças de redenção. Porque ainda que o prédio tenha sido derrubado, há sempre uma maneira de começar sua reconstrução.
“O tempo é muito lento para quem espera... muito lento para quem sofre... muito rápido para quem aproveita... mas para quem ama o tempo não existe.”

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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

INVEJA: arma dos derrotados...


As pessoas sentem inveja da gente e tentam nos destruir. A cobiça tem sua raiz na terra podre da falta de caráter do outro. É um sentimento de insegurança. Há pessoas de poucas posses que não são invejosas e ricas que têm tudo e estão sempre invejando às outras. Não somos ricos por causa das coisas que possuímos, mas pelo que podemos fazer sem possuí-las. Todos nós temos na alma o sentimento de inveja, mas é o nosso caráter que regula esse ímpeto. E como não acreditar em algo que organize o caos interno que é a nossa mente, nossa personalidade? Lá fora o universo cósmico precisa de um Deus, pois se ele não existisse tudo seria permitido. E se fosse assim provavelmente nem você nem eu existiríamos.É preciso dominar o ódio, a raiva, não permitir que eles nos dominem quem se conhece vive melhor consigo mesmo e com os outros. Quando somos motivo de inveja podemos ser atingidos por um raio, embora a inveja seja muito mais danosa ao invejoso. A origem latina da palavra inveja é ?invidere? que significa ?não ver?. A inveja cega o invejoso e faz doer seus cotovelos. Quanto mais competitivo é um ambiente mais pessoas invejosas vão existir, ele é fruto do egoísmo.A inveja é um produto social e histórico, sentimento esse arraigado no capitalismo e segundo o darwinismo social, sua origem estaria na auto-preservação e auto-afirmação, a inveja seria a espada dos incompetentes, a arma dos derrotados. Se por um acaso você notar alguém sentindo dores no cotovelo, console-a, dê a ela um pouquinho de gelo e procure mostrar que ela tem suas próprias qualidades, se chegou até aqui é certo que não precisa invejar ninguém...(¨,)

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Por um mundo melhor, Barack Obama...


Barack Obama consagrado o novo presidente dos Estados Unidos da América. É o fim da era Bush e o começo da era Obama. E que todos nós sonhadores ou não, acreditemos que o mundo será um lugar para nós mesmos, nossos filhos e aqueles que vão vir depois de nós. O apocalipse pode estar próximo, mas antes que a terça parte dos pássaros morram e os peixes, e os rios e os mares tornem-se sangue, conheceremos um mundo onde alguém, que simbolizará todos aqueles que um dia foram considerados inferiores, mostrará que ser humano não é só ser forte, com a cútis alva e rico. Ser humano é olhar para o lado e dizer, ?você é meu irmão, seja quem for você.? Tenho na porta do meu armário há muitos e muitos anos uma foto de Martim Luther King e outra de Ghandi porque acredito nos idealistas, porque acredito nos sonhadores, naqueles que são considerados bobos, que não vão conseguir nada se não gritarem, que não vão a lugar nenhum com seus sonhos. Os meus heróis são esses, homens e mulheres que tem coração, que por fora parecem frágeis, como a Madre Tereza de Calcutá, mas que por dentro são gigantes. Não importa a cor de sua pele, a sua religião e o quanto dinheiro tem. Não admiro ninguém por suas posses, mas pelo o que sai de sua boca. Ver Barack Obama tornando-se o primeiro presidente de descendência negra e com crenças muçulmanas parece algo quase surreal, é um tapa na cara dos racistas, ou mais do que isso, é uma rasteira nos preconceituosos, quem queima agora no fogo do ódio são os encapuzados da * Ku Klux Klan ?Eu estou começando com o homem no espelho, Eu estou pedindo a ele para mudar seus modos. E nenhuma mensagem poderia ter sido mais clara:Se você quer fazer do mundo um lugar melhor,Olhe para si mesmo, e então faça uma mudança?.Tenho muita esperança que Barack Obama estabeleça um novo conceito de idéias no mundo, faz tempo que tenho me segurado pra falar nele, mas precisava ter certeza que venceria. A ignorância é a maior doença humana, não são ignorantes os que não estudam, são ignorantes aqueles que sabem, que tiveram oportunidades, mas que ignoram o outro, que só pensam em si, que usam o poder para serem admirados, que se fazem de desentendidos para beneficiar a si mesmos e a todos seus aliados. Para quem já teve oportunidade de conhecer organizações maravilhosas como o Greenpeace que luta pela defesa dos animais e dos ecossistemas ameaçados, pela Gaia( a terra é um organismo vivo) que está agonizando. Os Médicos sem Fronteiras que cuidam da saúde dos povos negligenciados na África e nos lugares mais pobres desses planeta. Estes são heróis que tem como salário maior, o orgulho de servir ao próximo com amor. Pobre daqueles que não sabem o que é isso, piedade para estes gentios. Após a crise financeira percebemos que só alguns daqueles trilhões de dólares usados para salvarem as instituições financeiras que fizeram das bolsas verdadeiros cassinos fossem distribuídos aos paises pobres já erradicariam para sempre a miséria e a fome. Que Barack Obama tenha muita sorte, que ele seja inspirado por Marthin Luther King e Ghandi, que se eventualmente atirarem contra ele..os Anjos repilam as balas, ele não é um messias, mas pode ser mais um de seus mensageiros, parabéns aos norte-americanos sensatos e boa sorte a nós, nações em desenvolvimento que ainda um dia vamos chegar lá.

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terça-feira, 4 de novembro de 2008

Não me interesso por reis, nem os do baralho...


Não me interesso por reis, nem os do baralho. Mas como me interesso pelo amor e, principalmente, por histórias de amor, não pude evitar o envolvimento diante do final feliz da saga amorosa do príncipe Charles, herdeiro do trono da Inglaterra e daquela senhora de meia-idade, Camila Parker sua eterna namorada. Trinta e quatro anos de amor! Trinta e quatro anos de dificuldades de toda ordem, imposições da família real, intrometimentos da igreja, casamentos com pessoas diferentes, cerimônias espetaculares (o casamento com Lady Di foi um dos eventos de maior pompa que o mundo já viu), e o amor dos dois lá, brilhando como a luz do sol. O romance do feio e desengonçado filho da rainha Elizabeth com a feiosa Camila tinha fortes raízes eróticas, como mostrou o telefonema gravado de um diálogo entre os dois ("eu queria ser um tampax"). Não valeu o tempo, não importaram as rugas e as pelancas. O mundo inteiro, convertido aos mitos de beleza da juventude, torceu para que ele amasse a formosa Diana. No entanto, o príncipe desengonçado só amou a sua bruxinha, com aquela cara amassada e cheia de marcas. Camila Parker é uma vitória do amor sobre os estereótipos de nosso tempo. Será que "boazudas" do cinema inspirariam um amor igual? Seguramente, não! Essa inglesa feia, de 57 anos, mostrou às mulheres, as que não são jovens e as que não são belas...que uma mulher pode ser amada por ela mesma - e para sempre. A obsessão pelos corpos sarados, pelas formas perfeitas, pelo estilo top-model, foi derrotada por esse obstinado romance. O romantismo ganhou... E as mulheres tidas como feias também podem sonhar com seu príncipe. Seja ele príncipe de verdade, ou de fantasia. Camila Parker, quando subiu ao altar, em cerimônia discreta, deve ter se sentido a mais linda das noivas... E certamente, à noite, quando mais uma vez se despiu diante dele, o príncipe enxergou, não o corpo de uma senhora, mas o corpo esbelto, juvenil, perfeito que possuem todas as mulheres, de qualquer idade, quando são amadas.

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segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Impossível ganhar sem saber perder...


Corrida de automóveis pra quem não gosta parece ser um divertimento besta. Um monte de carros dando voltas no mesmo traçado durante quase duas horas, que graça pode ter isso?Assim como jogo de futebol parece ser uma diversão boba, afinal são 22 homens correndo atrás de uma bola para ver quem faz mais gols. Que interesse pode haver nisso? No caso do futebol quem já foi a um estádio mesmo não gostando do jogo entende melhor o porque desse fascínio, vislumbra in loco o poder de mobilização que esse esporte tem. As pessoas ficam eufóricas com a disputa, há histórias e identificações com os times ou seleções. É como se a disputa simulasse o que há milênios atrás já acontecia no império romano. Se trocarmos os jogadores imaginariamente por Gladiadores estaremos revivendo o que acontecia nos Coliseu dessa antiga civilização. As corridas de automóvel são emocionantes, porque os cavalos são de aço, máquinas de milhões de dólares que voam a mais de 300 km/h, porque o som parece das turbinas de avião. A máquina pilotada pelo homem é projetada para ser veloz, para vencer, para ser a mais rápida possível. O desafio mais justo é competir com si mesmo, concentração, é preciso domar o cavalo arisco, o que é mecânico torna-se emocional, sangue e óleo se misturam, na máquina e no piloto...(¨,)

sábado, 1 de novembro de 2008

Espero que sua estrada seja longaaaa...


Quando você partir, em direção a Ítaca, que sua jornada seja longa, repleta de aventuras, plena de conhecimento. Não tema Laestrigones e Ciclopes nem o furioso Poseidon; você não irá encontrá-los durante o caminho, se o pensamento estiver elevado, se a emoção jamais abandonar seu corpo e seu espírito. Laestrigones e Ciclopes, e o furioso Poseidonnão estarão em seu caminho se você não carregá-los em sua alma, se sua alma não os colocar diante de seus passos. Espero que sua estrada seja longa. Que sejam muitas as manhãs de verão, que o prazer de ver os primeiros portos traga uma alegria nunca vista. Procure visitar os empórios da Fenícia, recolha o que há de melhor. Vá às cidades do Egito, aprenda com um povo que tem tanto a ensinar. Não perca Ítaca de vista, pois chegar lá é o seu destino. Mas não apresse os seus passos; é melhor que a jornada demore muitos anos e seu barco só ancore na ilha quando você já estiver enriquecido com o que conheceu no caminho. Não espere que ítaca lhe dê mais riquezas. ítaca já lhe deu uma bela viagem; sem ítaca, você jamais teria partido. Ela já lhe deu tudo, e nada mais pode lhe dar. Se, no final, você achar que ítaca é pobre, não pense que ela o(a) enganou. Porque você tornou-se um sábio(a), viveu uma vida intensa, e este é o significado de ítaca.

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