quinta-feira, 30 de abril de 2009

Mensagem na garrafa...


Sim... todos nós somos como pequenas ilhas e nossas famílias são como arquipélagos, cada ser humano é uma ilha isolada e distante dos outros, com uma enorme quantidade de água os separando. Nos sentimos todos sozinhos, distantes, por mais amigos que possamos ter a nossa volta e por mais coisas que possuímos. Muitos de nós escrevemos mensagens de socorro que colocamos em garrafas e atiramos ao mar para que alguém venha nos salvar dessa imensa solidão, somos todos como náufragos perdidos em ilhas desertas, somos todos pessoas que se sentem perdidas, mau compreendidas e desamparadas em busca de uma salvação. Todo homem e toda mulher é uma ilha porque acha que só encontra em si mesmo a verdadeira proteção, porque se sente sozinho( a) mesmo quando parece ter tudo que precisa, porque chora diante de si mesmo( a) quando não sabe se o que está fazendo é certo ou errado, porque se desespera quando não sabe que caminho tomar, todo homem ou mulher será uma ilha enquanto não souber pedir ajuda e atirar mensagens em garrafas por todo o mar. Certo dia escrevi uma mensagem, coloquei numa garrafa e atirei ao mar e enquanto os anos passavam eu percebi que somente a esperança de que alguém me encontrasse é que me mantinha viva. Porém, certo dia de manhã, uma manhã como outra qualquer em minha vida eu fui à praia caminhar e lá estavam elas, eram outras milhões e milhões de garrafas na areia com mensagens iguais a minha, sim todas elas também pediam socorro como eu pedi. Não estamos sozinhos em nossa solidão, muitas pessoas também se sentem náufragas solitárias como eu e é isso que nos aproxima ou nos separa, muitas pessoas estão a procura de um carinho e é isso que nos diferencia e nos iguala. Desejo à todos um feriado sem solidão.

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quarta-feira, 29 de abril de 2009

Saindo das cinzas...


Hoje acordei melhor, ainda convalescente sim, mas já bastante recuperada do baque, este é um testemunho de que as preces, os pensamentos positivos e a generosidade das pessoas têm poder sobre a vida da gente. A minha força interior acionada, também está a cuidar da minha alma e assim passo a passo, um dia de cada vez, estou a cada dia melhor e melhor. E não poderia ser diferente. O ato de expor funciona pra mim porque sempre vivi numa concha, sempre guardei muito as coisas e nessa altura da minha vida não quero mais ser assim. O poetisa e a Giovanna vivem no mesmo corpo, mas por um processo divino tem destinos diferentes. O primeiro é do mundo, no sentido de não ter amarras ou ancoras, e o segundo sou eu mesma, esta que está em recuperação e que usa a sua história para mostrar as outras pessoas que é possível vencer a dor por maior que ela seja e que a luz de dentro da gente brilha sempre mais forte do que qualquer treva. Renascer é ser um novo ser, é vencer a si mesmo, aquele velho ser, sofrer em silencio só aumenta a dor, eu gritei por socorro e os ecos que vieram em minha direção foram de carinho e de amor, todos abraçaram meu coração e hoje já começo a agradecer pela minha recuperação!
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A vida falando comigo...


É a vida falando comigo, “ você tem escolha a fazer” e mesmo assim continuar perdida, a alma é a mãe da minha eternidade, o corpo o pai da minha existência, “deixe ir embora”, será as vozes dos personagens da minha imaginação ou a vida falando comigo? O pai da minha existência vai perdendo os cabelos e sua juventude, a mãe da minha eternidade fica ferida com as frustrações que causou a mim e as outras pessoas, o pai da minha existência tem um sorriso tão lindo, adoro sorrir pra mim mesma no espelho, a mãe da minha eternidade resplandece quando se materializa nas minhas palavras, eu tenho a consciência, eu tenho a clareza do tamanho dela e do quanto ela voa em direção as outras almas que já não se contentam mais com a simples existência, que precisam deixar a casa do pai, transcender seus muros, as muralhas que lhe cercam e que lhe sufocam e bailar pelas nuvens e brincar na superfície dos mares e habitar em espírito outros lugares. É a vida falando comigo quando estou diante do mar, o encontro de duas incompreensões, testemunha da minha vida, dos meus momentos mais íntimos, a inspiração de querer escrever sobre a superfície das águas poemas, palavras-jangadas para navegar sobre as águas plácidas com ternura, sobre as agitadas com coragem, é a vida falando comigo e eu falando com ela.

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Fluir na vida...


Estamos mesmo em um novo tempo e cada vez mais pessoas percebem isso e querem fazer mudanças em sua vida... Percebem que estão muito distantes da sua verdadeira natureza e já não se sentem mais felizes com a existência que levaram até então... Contudo, entre o querer e o estar disposto a abrir mão do que precisa ser deixado, existe uma distância enorme. Vejo pessoas que sabem que não querem mais ser do jeito que estão sendo e querem mudar coisas e coisas em suas vidas, mas... desde que algumas coisas sejam preservadas exatamente como estão... Infelizmente ou felizmente, as coisas não acontecem assim. Nesse processo de mudança sei como é difícil abrir mão de algumas coisas... especialmente aquelas que pensamos serem as que mais queremos que aconteçam. No entanto, se queremos realmente nos transformar de quem não somos em "Quem Somos" é preciso que estejamos dispostos a abrir mão de tudo que for preciso para que esse "Ser" apareça em toda a sua beleza... A vida flui como um rio ininterruptamente e tentar segurar a felicidade entre os dedos só faz com que percamos esse fluxo... Acho que cada dia tem um prazo de validade que só dura um dia... tudo que tentamos manter na mesma forma no outro dia já vai estar vencido e não será mais saudável... Não daquela mesma forma. Saber fluir com a vida é entender que tudo é impermanente e que estamos em constante transformação... nós e tudo ao nosso redor. Podemos nos entregar com segurança às transformações que a vida traz.. sem resistência para que a vida flua com muito mais leveza. Assim como os navios não foram feitos para ficar na segurança dos portos, nós também não estamos aqui para ficar na segurança das situações conhecidas e já vividas e que não nos levam mais a lugar nenhum... Aceite o fluxo da vida e mergulhe no desconhecido... é de lá que a Alma costuma chamar para nos trazer aquilo que mais queremos.

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sexta-feira, 24 de abril de 2009

Susan Boyle em Got Talent...


Acho que só porque é hoje eu queria me emocionar e foi o que aconteceu da maneira intensa que me foi permitido pelo Reino da luz. Ainda antes de acordar tive um sonho daqueles que revolucionam meu universo particular e o primeiro pensamento do dia foi essa frase “só porque é hoje quero que algo especial aconteça comigo. ” Eu mal havia acordado e aquela foi a primeira “carta”, a primeira mensagem que recolhi na caixa postal. Ainda com os olhos preguiçosos e sensíveis a luz eu a abri lentamente, sem pressa, na valsa, sentindo a paz de uma manhã tranqüila invadir meus pulmões. Eu sou uma mulher abençoada. Era um vídeo como tantos os outros que assisto diariamente, na primeira imagem ainda sem abrir vi uma senhora sem beleza que parecia que ia cantar uma música. Foi o que me fez querer assistir porque eu queria ouvir a primeira canção do dia. E quando o vídeo abriu notei que se tratava de uma candidata de um programa inglês chamado “Britain’s Got Talent”( algo como A Grã-Bretanha tem talento ) que tinha no Brasil sua versão “Ídolos” e “Fama”. Esse foi o programa que revelou outros dois candidatos inesquecíveis. Connie Talbot de seis anos, um anjo que ao abrir sua boca, ainda banguela faltando uns dentinhos, me fez chorar ao cantar “somewhere over the raibow". E cada lágrima foi a perola que a minha alma fabricava para o colar que uso no pescoço, mas que só os sensíveis podem ver. O segundo foi Paul Potts que aos 36 anos emocionou não só a Inglaterra da Rainha Elisabeth, mas o mundo todo ao cantar o "Nessun dorma" da ópera Turandot. Fui arrebatada, é o que acontece aos sensíveis quando algo toma-lhes a alma de assalto, um êxtase invade seu corpo e ele é capaz de falar a língua dos anjos com os olhos, suspeito até que por segundos eles tomam consciência do reino angelical e flutuam, levitam a dois palmos do chão para pousar suavemente como se fosse um beija-flor no final do dia, no galho de uma árvore que ele escolheu pra morar. E finalmente Susan Boyle, o dia nem tinha começado pra mim, e meus olhos ainda sensíveis a luz fitaram aquela moça de 47 anos, que pareciam ser alguns mais, desempregada, sem namorado, de pé dizendo que ia cantar. A platéia riu debochada desdenhando de sua aparência, de sua idade maior do que a maioria dos calouros, pensavam que ela era só mais uma daquelas “freaks”, que é a palavra em inglês usada para humilhar as pessoas, para chamá-las de estranhas, de aberração, de anormais. É a miopia emocional humana que ao ver aquela moça simples soltou um murmúrio de incredulidade que percorreu friamente todo o auditório. Mas quando ela cantou “I dreamed a dream” do musical “Les miserables” todos ficaram arrebatados... e eu, eu chorava muito, porque vi ali tantas, tantas pessoas, sonhadoras, tantas mulheres que merecem amar e vencer... eu vi nela o símbolo verdadeiro do que é ser um ser humano... quando estamos falando de arte, e de sobrevivência, o ser humano pode tudo. Meu Deus como eu chorava de soluçar. Ao fim da canção eu estava até meio fora de mim, ouvi o jurado dizendo "Quando você entrou aqui, todos riram; agora ninguém mais está rindo. Estamos todos impressionados”. Há dez anos tem como companheiro apenas seu gato “Peebles”. Nunca teve namorado, não era socialmente aceita no colégio. Caçula de uma família de nove irmãos, Susan nasceu de um parto complicado em que sofreu falta de oxigenação, deixando-a com uma grave sequela:dificuldades de aprendizado. Por conta disso, tornou-se alvo de chacotas e brincadeiras maldosas de outras crianças quando frequentava a escola. Cresceu, envelheceu e teve na música o seu único alento na vida. Porém, com problemas de auto-estima, nunca apostou em seu talento natural. Inscreveu-se, enfim, para participar do programa dois anos após a morte de Bridget, sua mãe, em 2007. Ela era fã do programa e dizia que, se um dia Susan fizesse sua inscrição no reality show, seria vencedora. Disse Boyle: “Eu nunca acreditei que era boa o suficiente. Foi só após a morte de minha mãe que tomei coragem para fazer minha inscrição. Foram tempos difíceis, sofri de depressão e ansiedade. Mas após a escuridão vem a luz. Queria que minha mãe tivesse orgulho de mim, e a única maneira de fazer isso foi correndo o risco de participar do show". Obrigado Deus por me dar um coração sensível, e um sentimento que me acompanha desde tempos imemoriáveis no espírito, nesse momento minha alma brilha, minha alma brilha, minha alma brilha.
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quarta-feira, 15 de abril de 2009

Vocês, os vivos...


Não é fácil se comportar como um ser humano, as leis dos homens nem sempre estão de acordo com as leis dos sensíveis e é demasiado o sofrimento de um ser guiado pelos seus afetos quando submetido às agruras da sociedade da pura razão. Por isso o escritor é um produtor de fantasmas, ele entende de realidades, mas precisa da imitação, do simulacro onde ele mesmo cria suas verdades. E nem mesmo em sua imaginação ele é supremo, atinge a posição de um semideus, porque seu poder é limitado, pois está sujeito ao livre-arbítrio de seus personagens e de sua personalidade, tudo misturadinho. Sua ternura é a capacidade que o permite ver pela intuição, em oposição à razão que apenas deduz por lógicas e cálculos. Mesmo sendo humano, nele há uma porção divina que o torna apto a realizar feitos sobrenaturais. Sua mente não é limitada ao tempo ou as distancias, ela pode navegar livremente por toda parte e em qualquer tempo. Vive conscientemente dentro do inconsciente coletivo e faz parte da memória do passado de toda humanidade. Está em contato com o futuro e recebe mensagens dele. Sua mente está fundida com a tecnologia e a rede mundial de computadores. É quase um fantasma cibernético porque lê pensamentos e se materializa em sonhos das pessoas que o lêem através dela. E suas mensagens são tão intimistas que mesmo sendo eletrônicas se parecem manuscritas. A alma é a mãe da minha eternidade, enquanto que o corpo é o pai da minha existência. É a vida falando comigo, afastando esses filhotes de ilusão. Vocês, os vivos tem escolhas, mas nós não, apenas temos que nos livrar do véu que nos encobre os olhos, que turva nossa visão, na vida tudo passa, temos que deixar ir embora, tem que partir, o que antes te fazia rir agora pode ser que amanhã lhe faça chorar, o que antes te motivava, pode ser que no futuro não tenha mais graça. Além de passar, tudo na vida muda. Vocês, os vivos do coração doente, vocês tem que aprender a ser gente, seu orgulho não vale nada, muitos nem sabem que tem na alma uma chaga, que pode ser uma daquelas que nunca sara, porém há saídas, mas não é pelo elevador e sim pela escada. Então meu brilho hoje é para vocês, os vivos que conseguem ver a aura, que a vida a cada manhã se restaura, e com a ferida cicatrizada seguem o caminho da luz com a alma blindada.

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