quarta-feira, 15 de abril de 2009

Vocês, os vivos...


Não é fácil se comportar como um ser humano, as leis dos homens nem sempre estão de acordo com as leis dos sensíveis e é demasiado o sofrimento de um ser guiado pelos seus afetos quando submetido às agruras da sociedade da pura razão. Por isso o escritor é um produtor de fantasmas, ele entende de realidades, mas precisa da imitação, do simulacro onde ele mesmo cria suas verdades. E nem mesmo em sua imaginação ele é supremo, atinge a posição de um semideus, porque seu poder é limitado, pois está sujeito ao livre-arbítrio de seus personagens e de sua personalidade, tudo misturadinho. Sua ternura é a capacidade que o permite ver pela intuição, em oposição à razão que apenas deduz por lógicas e cálculos. Mesmo sendo humano, nele há uma porção divina que o torna apto a realizar feitos sobrenaturais. Sua mente não é limitada ao tempo ou as distancias, ela pode navegar livremente por toda parte e em qualquer tempo. Vive conscientemente dentro do inconsciente coletivo e faz parte da memória do passado de toda humanidade. Está em contato com o futuro e recebe mensagens dele. Sua mente está fundida com a tecnologia e a rede mundial de computadores. É quase um fantasma cibernético porque lê pensamentos e se materializa em sonhos das pessoas que o lêem através dela. E suas mensagens são tão intimistas que mesmo sendo eletrônicas se parecem manuscritas. A alma é a mãe da minha eternidade, enquanto que o corpo é o pai da minha existência. É a vida falando comigo, afastando esses filhotes de ilusão. Vocês, os vivos tem escolhas, mas nós não, apenas temos que nos livrar do véu que nos encobre os olhos, que turva nossa visão, na vida tudo passa, temos que deixar ir embora, tem que partir, o que antes te fazia rir agora pode ser que amanhã lhe faça chorar, o que antes te motivava, pode ser que no futuro não tenha mais graça. Além de passar, tudo na vida muda. Vocês, os vivos do coração doente, vocês tem que aprender a ser gente, seu orgulho não vale nada, muitos nem sabem que tem na alma uma chaga, que pode ser uma daquelas que nunca sara, porém há saídas, mas não é pelo elevador e sim pela escada. Então meu brilho hoje é para vocês, os vivos que conseguem ver a aura, que a vida a cada manhã se restaura, e com a ferida cicatrizada seguem o caminho da luz com a alma blindada.

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