quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Ponte sobre as águas turbulentas!


Conquistei o mundo através das minhas descobertas. Descobri no beijo um balé ritmado, o gosto do outro sendo provado pela boca e que vai escorrendo pelo resto do corpo. Contatos imediatos de todos os graus, atritos sensuais, o desejo que vai sendo aceso e pega fogo como uma fogueira atiçada pelo vento. Descobri no amor uma ânsia de ficar junto, de se misturar, de se confundir e de enlouquecer. De sentir o coração disparando como um cavalo sem sela, de sentir o meu centro mudando de lugar, de ferir e ser ferida, de se confundir com o outro. Descobri as dúvidas, o ciúme, “o ciúme, filho do amor, torna-se parricida”. O amor acessa todos os nossos sentidos, mostra o nosso verdadeiro lado. E se for profundo nada ficará oculto. Descobri que não sou seduzida pelas mesmas coisas que seduzem as outras pessoas. Por isso sofro de uma “doença” chamada inadequação.Descobri que vou do céu ao inferno em questão de segundos. E que essa instabilidade é um reflexo das paixões violentas que vivem dentro de mim. Como ondas enfurecidas que ficam se chocando contras as rochas na praia. Inconstância que torna difícil a convivência com as outras pessoas, mas que o tempo que já vivi tem sido uma “ponte sobre as águas turbulentas”.