segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Você pode dizer que sou uma sonhadora...


A vil vaidade, precisamos urgentemente chamar a atenção dos outros por isso estão todos preocupados com a vitrine, mas esquecidos do estoque. Tenho desconfiado até que a poluição do ar já anda contaminando a alma e que a vida cada vez mais se parece com uma corrida ou uma guerra. Eu sei, eu sei, que o meu poder de julgamento e de reflexão não me isenta destas condutas, não me torna uma outsider e que não estou livre destes comportamentos, mas que a minha maior luta é lutar para não fazer parte deste processo. Ter paciência é uma virtude indispensável para aqueles que querem sobreviver dignamente, suportar bravamente os constrangimentos, as humilhações, mentiras e ilusões. Mas nunca, jamais, devemos deixar de vez em quando de dar gritos de liberdade. A competição, elemento básico no mundo seja entre homens ou macacos, nos torna muito solitários. Mesmo casados, namorados, ficados e ajuntados. Eu para me conectar aprendi a fazer massagem, a usar o tato, a aplicar força ou vibração sobre os tecidos macios do corpo e os ossos e articulações, enquanto os dedos deslizam pelas costas e pés, pelo corpo todo envolvido num óleo aromático e relaxante. Acredito ser uma das formas mais intimas de contato e de aproximação entre as pessoas. Tocar é conhecer. E as minhas mãos são os prolongamentos mais perfeitos do meu coração (e do meu desejo também). Não tenho restrição de me relacionar com ninguém porque desde muito cedo, provavelmente no berço, aprendi a avaliar as pessoas não pela posse, mas pelos valores, não pelo carro que elas andam, a roupa que usam ou onde moram, mas pela maneira como me tratam e como tratam as outras pessoas. Eu seria apenas uma sonhadora se acreditasse que um dia o mundo fosse perfeito e que eu também fosse perfeita. Mas tudo que eu quero é poder dia após dia sentir em meu coração que tudo isso aqui está valendo à pena, espero.
(",)