segunda-feira, 4 de maio de 2009

Migrando...


Meu bando migrou para o sul e eu fiquei aqui, resolvi enfrentar o inverno sozinha. E a arvore onde construí meu ninho está quase toda morta. As folhas caíram e os galhos secaram por causa do frio. Semeie ventos e agora colho as tempestades como resultado dessa semeadura, por isso agora que cessam as dores com lágrimas nos olhos vou semear minha paz e regar com a chuva do meu espírito as primeiras mudas. Daqui algum tempo minha colheita será de felicidades, tenho certeza disso. Ao semeador que machuca as mãos para cavar as covas e depositar as sementes, no futuro será concedido o sorriso, a alegria da colheita de uma safra de bênçãos e triunfos. Um guerreiro se conhece pela espada, um pássaro pelo canto e ao cantar o meu lamento todo o meu intento é só para mostrar as pessoas que temos que enfrentar a dor das perdas de peito aberto, sem medo, sem vergonha de admitir que caímos, que temos nossas fraquezas. Eu temi a dor, mas quando ela veio sobre mim descobri uma força que não sabia que existia, latente, combatente e disposta a qualquer batalha. A vitória está na luta, minha sorte vai mudar como as estações do ano mudam o clima, pedi para Deus colocar no meu peito aquele meu velho coração de menina, que bate sorrindo e que canta chorando. Meu âmago ainda é igual, apesar do vento que desmanchou meus castelos, apesar do mar que bateu nas pedras e molhou meu cabelo.

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