sábado, 29 de março de 2008

As Druidesas...


Sacerdotisas do povo celta, as druidesas marcaram a história humana de modo muito especial com seu exemplo de força e sensibilidade. Numa época de forte cunho patriarcal entre os povos, elas souberam exercer a alquimia da feminilidade vibrando intensamente suas várias facetas, como guerreiras, curadoras, mães e amantes. A sociedade Celta, que desabrocha na Idade do Bronze, e que embora seja tomada pelas figuras de reis e heróis, é também fortemente marcada pela importante presença da mulher. Numa época em que povos como gregos e romanos se impunham em ótica fortemente patriarcal, a sociedade celta mostrava a valoração da mulher. Não é raro na mitologia e história desse povo, exemplo de mulheres guerreiras, druidesas, deusas e rainhas, todas com forte aparato, igualando-se aos homens, em força, sagacidade, beleza, sabedoria e eloqüência. Diodorus Siculus, um dos relatores romanos que escreveu sobre a sociedade celta, nos diz o seguinte sobre as mulheres: "As mulheres gaulesas não se assemelham aos homens somente em sua grande estatura, mas também lhes são páreo em coragem". E também: "Elas geralmente cedem sua virgindade a outros e isto não é visto como uma desgraça: pelo contrário, elas se sentem ofendidas quando seus favores são recusados", mostrando assim que a sexualidade não era algo de que nem os homens celtas nem as mulheres se envergonhassem. Os Celtas não só entendiam o papel e importância da mulher, mas compreendiam sua força de divindade. Dessa importância tem-se que algumas tribos celtas adotavam os sobrenomes das mães e não dos pais para seus descendentes, o que lhes dava um caráter matrilinear. Ser guerreira era tão honrado e nobre quanto ser rainha, druidesa e/ou mãe, sem perder sua feminilidade. Quanto às druidesas, essa expressão foi adotada a partir dos séculos 3 e 4 para definir as mulheres druidas ou sacerdotisas. Segundo a mitologia celta e os relatos romanos, as sacerdotisas estariam ligadas, além das práticas mágicas, à arte da cura e da profecia, principalmente.A mulher celta de alguma forma estava ligada à soberania da Terra, geralmente representada pela rainha de um povo. Agredir física ou moralmente uma rainha era o mesmo que manchar a soberania da Terra. Essa maneira de entender e ver a mulher em foco de igualdade nos dá a idéia da hierarquia "horizontal" dos druidas, sem que houvesse um sobrepondo ou subjugando o outro, embora cada um tivesse sua função e participação específica dentro da sociedade.A história desse povo nos conta que, tanto druidas e druidesas, eram sacerdotes pagãos, que veneravam os espíritos e deuses da Natureza; portanto, havia respeito mútuo, o que os tornava seres de mesmo merecimento num mundo em que tudo era sagrado, e a ordem natural das coisas era vista como o tempo único e contínuo, a alma eterna e imortal, podendo ou não viver muitas vidas, conforme o livre arbítrio, sem carmas, castigos ou punições. Era apenas simplesmente Vida.

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