domingo, 23 de março de 2008

Verdades sobre Bruxaria...


Desde os primórdios da Humanidade, o Homem temeu o poder do ar, da água, da terra e do fogo. Trovões, chuvas, vendavais, o mistério do fogo e da fertilidade da terra eram forças inexplicáveis que provinham de "deuses", de uma força além do alcance do Homem. O Homem integrou-se à Natureza. Precisou caçar, plantar, procriar . Entendeu que haviam épocas de frio, de calor, em outras a semente germinava e o fruto amadurecia. O sol trazia calor, os ciclos da lua refletiam-se na Mulher. Do mistério do desconhecido e das forças da Natureza influenciando a vida dos homens surgiram as crenças em algo que transcendia a própria existência, na interação entre o Homem e algo muito maior. Dentro das primeiras manifestações de Fé, está a Bruxaria, conhecida também como Wicca, ou Velha Religião e é fundamentada no culto à força da Natureza, nos cultos pagãos que emergiram nos campos por ocasião do plantio e das colheitas. A Bruxaria é uma religião de amor à vida e a principal "lei" é: "Faça sua vontade, sem prejudicar ninguém". As principais festas, os Sabbats, celebram com muito amor e alegria os ciclos da Mãe Natureza, de Morte e Renascimento, os equinócios e solstícios, a Lua, o Sol. Este ciclo é chamado de A Roda do Ano e é derivada do antigo calendário celta. A partir disto, bruxos no mundo inteiro cultuam suas divindades tendo como base o panteão de deuses de um determinado grupo étnico. Alguns cultuam as divindades gregas, outros, as divindades celtas, ugro-finesas, nórdicas, egípcias, entre outras. Alguns bruxos reúnem-se em grupos, que denominamos "covens", outros milhares no mundo, seguem seu caminho solitariamente. A Bruxaria cultua duas divindades principais definidas através do aspecto, ou energia, feminina e masculina . O aspecto feminino é o lado intuitivo, é a Deusa, é Isis, Afrodite, Hécate, Diana, Morgana, Cerridwen, é a Virgem, a Amante, a Mãe, a Sábia, com suas diversas faces e com seus mil nomes. O feminino está associado à Lua, à Terra geradora do fruto, do sustento. Isto se deu quando, no início dos tempos, o Homem não compreendia que o ventre da mulher crescia, de acordo com a Lua que também crescia magnífica no céu, e depois minguava, trazia à Terra o fruto de sua gestação. No momento em que o homem se deu conta de sua participação no ato da criação, iniciou-se a valorização do aspecto masculino, pois, afinal, sem a união destas duas energias não haveria criação! O masculino está relacionado ao Sol, à virilidade à força de ação. O homem é o Deus, é Apolo, é Cernunnos, é Dionísio, é Osíris, é Pã, é o Deus com Galhos ou Chifres, o Consorte. Com os adventos religiosos ocorridos na Idade Média, a imagem do Deus foi relacionada ao Diabo como forma de dissipar as tão impregnadas crenças pagãs. Os chifres nada mais eram, para os pagãos, do que uma coroação dentro da tribo àquele homem que disfarçado com pele e chifres de animal, corresse com a manada de gamos por entre as florestas sem por eles ser consumido ou pisoteado. O vencedor deste "jogo" era a própria representação do Consorte da Deusa, símbolo de virilidade e força. A Bruxaria ressurgiu com força principalmente com a liberação da mulher, com a valorização do feminino que permeou a virada da década de 60 para a de 70. Hoje, mesmo vivendo em meio a grandes centros urbanos, homens e mulheres dos quatro cantos do mundo retomam os antigos arquétipos da religião pré-Cristã como ferramenta de desenvolvimento pessoal em todos os níveis, buscando aliar a sabedoria de nossos antepassados com o avanço tecnológico do mundo atual.

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