domingo, 23 de março de 2008

Conhecer-se!


O verbo conhecer, que a princípio parece simples, torna-se um ato bastante complexo quanto voltamos o foco de sua ação para nós. Conhecer a si mesmo é, ao mesmo tempo, um desafio e uma necessidade. Somente aquele que se despe da identidade que lhe foi imposta pelo mundo exterior e tem a coragem de mergulhar em sua realidade íntima sem medo, poderá dizer que conhece o verdadeiro ser que se oculta sob sua personalidade. Este não é um trabalho nada fácil, pois temos que olhar de frente as feridas que acumulamos ao longo da vida, deixá-las expostas e sangrando, para que a consciência traga finalmente a cura. Mas o medo de encarar nossa verdadeira face nos leva, muitas vezes, a reprimir nossas fragilidades e limitações. Por isso ansiamos tanto pelo amor do outro, pois ele nos dá a ilusão de que seremos aceitos apesar destas imperfeições. O problema é que o outro espera que preenchamos um modelo ideal que ele carrega em seu inconsciente e que acredita irá preencher todas as suas carências, exatamente como nós. Para sair deste labirinto em que se transformam a maioria das relações só existe um caminho: conhecer a si mesmo e vivenciar a cada instante a própria verdade. Somente este conhecimento nos torna livres para amarmos sem esperar que o outro seja responsável pela cura de nossas mazelas. Só uma ação consciente pode operar o conhecimento acerca de quem somos e curar as doenças que a repressão de nossos verdadeiros sentimentos fez surgir em nós. Todas as religiões dizem que o homem tem de entrar em retiro para conhecer a si mesmo. A pessoa não precisa ficar lá para sempre, isso é inútil; mas a pessoa tem de ficar em solitude por um tempo, por um período. E a extensão do período dependerá de cada indivíduo. Pense bem nisto...e tenha uma ótima semana.

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