segunda-feira, 5 de novembro de 2007

MAR..!


O mar me acalma. Eu gosto de olhar o quebrar das ondas. Às vezes, acho que elas tentam se libertar do resto do oceano e ganhar vida própria. Mas, logo depois, elas se sentem incompletas e se recompõem. E o mar volta a ser inteiro de novo. Imenso e uno. Penso que as pessoas também são um pouco como as ondas do mar. Elas sentem, de repente, uma necessidade quase irresistível de serem independentes. E aí, afastam-se, separam-se, desligam-se umas das outras. Só que o laço invisível quando é rompido nos torna livres demais. Soltos no mundo. Sem apoio, sem chão, sem base sustentável. E aí, a impressão que temos é que estamos em eterna queda, como num abismo de solidão e egoísmo.
É então que nos damos conta de que somos parte de um todo. Precisamos uns dos outros para podermos nos sentir completos, tal como as ondas do mar precisam se sentir parte integrante do oceano. Assim, posso dizer que não sou independente daqueles a quem estou ligada - seja, por laços de sangue, amizade ou amor (ou todos) - porque eles de mim fazem parte, ainda que eu me isole do mundo pelo tempo que for. E os sinto dentro de mim, em cada célula, tecido e órgão do meu corpo. Em cada batida apressada ou tranqüila do meu corpo.