quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Em 2010, faça acontecer...


Estamos vivos, para sermos felizes. Desde que o mundo é mundo estamos sempre em busca disso. Desejamos realização das coisas a nosso favor e de modo adequado. Um aprendizado que não é simples, porem totalmente possível. A nossa primeira e principal busca existencial esta direcionada para nos libertarmos de todos os nossos fantasmas. O intento é rumarmos para estarmos plenos e felizes. Viemos com esse objetivo.Como receita, uma regra básica e infalível. Seguir a intuição visando não se machucar mais. Objetivar sair da doutrina do drama e deixar para trás o entendimento de que viver em meio a sofrimento é normal. Quando a vida não está boa costuma-se entrar num conformismo atroz onde colocamos mil desculpas em vista a não acionar mudanças corajosas, ousadas e fundamentais de mudança de contexto. Ao contrário, a tendência é a permanência num status de paralisação covarde permeado por todo o tipo de crença negativa.Somos os donos e os senhores dos nossos destinos. Capazes de mudar qualquer cenário em nossas vidas. No fundo sabemos disso. Falta acionar coragem para se aventurar no novo e desconhecido das nossas possibilidades de existir.Somos muito bons em tudo o que escolhemos ser ou fazer. Apenas ainda não nos demos conta de que podemos e merecemos o melhor. Desejo que em 2010, sua atenção esteja ininterruptamente focada no que é melhor para você. Sem espaço para distração de propósitos. Exija de você mesmo total atenção nos focos escolhidos e siga o leme da sua intuição-iluminação. DESEJO A TODOS QUE LEREM ESTE BLOG...UM EXCELENTE ANO NOVO E ATÉ 2010.
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sábado, 26 de dezembro de 2009

Em primeira pessoa...


"Outras vezes, eu acho que Deus criou o mundo por não suportar as histórias em primeira pessoa." (Rita Apoena)

Falo sério. O ano já está no final, muita coisa aconteceu de bom outras não, e mesmo assim ainda não parei de sonhar. Apesar do meu coeficiente de realidade ser a constante da equação da vida que mais me faz ter juízo. Prudência e cautela, atitudes que uso para me proteger, não inibem a ousadia, o atrevimento de experimentar ampliando horizontes e experiências. Pertenço aos lugares por onde estive. Tenho um cartão postal deles estampado na alma. Procuro cultivar esse meu mundo íntimo porque o mundo lá fora é precário, desigual e cruel, pelo menos por dentro mantenho a utopia de uma felicidade constante. Afirmo, porque acredito piamente nisso, que não terei câncer porque não resolvi completamente meus conflitos emocionais. Se eu morrer pelo meu próprio veneno vai ser porque entreguei os pontos em algum instante ou pela ansiedade e pela incerteza quanto ao futuro.
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Para isso fomos feitos...


“Para isso fomos feitos: Para lembrar e ser lembrados/Para chorar e fazer chorar/Para enterrar os nossos mortos —/Por isso temos braços longos para os adeuses/Mãos para colher o que foi dado/Dedos para cavar a terra.” (“ Poema de Natal” de Vinicius de Moraes)

Daqui onde estou olhando para a superfície do mar lisa me parece sólida, fico com a sensação que se descer lá embaixo eu vou poder caminhar por sobre aquelas águas e ondas. Nada mais oportuno do que caminhar sobre o mar nessa época, lembrando a passagem em que Jesus caminha sobre as águas do mar morto. O natal pra mim tem sempre duas mensagens, uma de amor, proximidade e união familiar e outra de tristeza e sofrimento por reconhecer e sentir que nós seres humanos somos egoístas, cegos e alienados. O planeta tem 6,3 bilhões de almas vivendo nesse momento e somente 1, bilhão comemora o natal no dia 25 de dezembro, não é natal no mundo todo, o mundo todo não é cristão, não há unanimidade em nada nesse planeta. Estamos cercados por um mar de desigualdades, injustiças, violência, desrespeito e corrupção. Mas é para isso que fomos feitos ,para reconhecer que o mundo é adverso e diverso, simples nas manhãs e complexo nas noites, fomos feitos para suportar humilhações, para ajudar o outro, para acreditar sempre que amanhã será melhor do que hoje, para nos reerguemos das ruínas. Para enterrar nossos mortos e lembrar deles em qualquer dimensão que estejam:
Você me eleva, então eu posso ficar sobre a montanhas
Você me eleva, para andar sobre mares tempestuosos
E sou forte, quando estou sobre seus ombros
Você me eleva: Para mais do que eu posso ser(Da canção “You Rise me up”)


Natal pra mim é um tempo de agradecimento, por estar viva, por ter a capacidade de sorrir e de chorar, por ter o dom de respirar e pelo presente de estar presente aqui até quando eu puder. Ainda que não seja Natal em todas as tradições, etnias e países da terra que o desejo puro dos cristãos possa envolver de amor todo o planeta ainda que seja apenas por algumas horas. Feliz Natal atrasado, mas um FELIZ NATAL!!!
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terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Você que me lê, que me ajude a nascer...


“Ele estava só. Estava abandonado, feliz, perto do selvagem coração da vida” (James Joyce em Retrato do Artista Quando Jovem)

Ao narrador só resta mesmo contar, descrever a trajetória do antes e a rota do depois por um caminho que tanto pode levar ao paraíso como pode dar em nada. O mundo da palavra é uma possibilidade infinita de aventura, ele entra dentro do personagem para revelar seus pensamentos, narrativa em terceira pessoa pode ser confundida como escudo, mas na verdade é espada. Ao retornar de sua viagem profunda Giovanna reencontrada olha para o mundo com olhos renovados. Seu olhar se expandiu e fundiu as correntes e derreteu as âncoras “Já não quero ser igual, pois tudo que há dentro do meu coração precisa ser mudado”. Giovanna estava morrendo do próprio veneno, intoxicada com seus pensamentos negativos, é incrível como o simples ato de pensar pode mesmo matar alguém “se é para viver que eu viva completamente, em qualquer canto desse mundo, em toda cidade, que eu possa até mesmo me dissolver em outras vidas, mas nunca perder minhas propriedades químicas e identidade.” Pescada viva da realidade, a vida desta personagem caminha sempre por vias oblíquas, bem próximas das relações verdadeiras e consolidadas, vive um constante enfrentamento ao mesmo tempo em que tenta escapar. O narrador, que é a pessoa lá de fora do dentro onde ela vive, é obrigado a ser neutro, a ser comum, a ser normal, mas Giovanna não, está livre porque não existe, ou melhor existe sim, mas só alguns olhos a vêem, ela só se revela aos mais sensíveis e loucos. Ainda que bicada pelas águias e picada pelas serpentes a infante esforçada rompe o caminho ignorado desde neném, nada a impedirá, não deterá sua marcha porque enquanto seu corpo enverga e envelhece sua alma se purifica e engrandece. Hoje subi mais um degrau em direção ao céu.
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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Culpas e desculpas...


Você já refletiu sobre o que representa a culpa em nossas vidas? Não há dúvida de que o sentimento de culpa é um dos grandes responsáveis por nossa infelicidade. Quando fazemos algo que nos causa um desconforto íntimo pertinaz, é bem provável que seja a culpa se instalando. Mas o que fazer para que esse sentimento não se aloje em nossa intimidade e nos traga fortes dissabores? Parece lógico que a melhor atitude é a que elimina, em definitivo, esse desconforto de nossa alma. E que atitude poderia ser mais eficaz do que um sincero pedido de desculpas? Todavia, pedir desculpas significa admitir que nos equivocamos, e isso mexe diretamente com nosso orgulho. O que geralmente fazemos, então? Ficamos remoendo o desconforto e buscamos alguém a quem culpar pela atitude que nossa consciência desaprova. Não seria mais coerente pedir perdão? Logicamente seria, mas o orgulho muitas vezes nos impede. O que fazemos, então? Preferimos nos punir de outra maneira. E geralmente optamos pelas enfermidades... A consciência nos acusa, mas em vez de resolver a questão com a humildade de um aprendiz, preferimos a autopunição velada. Em vez de pedir perdão, optamos pelo sofrimento. Em vez de aliviar a alma admitindo que somos frágeis e nos equivocamos, preferimos nos esconder sob a máscara de uma perfeição da qual ainda estamos distantes. Por não admitir as nossas próprias fraquezas, também não as admitimos nos outros, e agimos com um rigor desmedido, infelicitando-nos e infelicitando os que conosco convivem. Mais sensato seria reconhecer que somos aprendizes da vida, e que todo aprendiz tem o direito de errar, mas tem também o dever de corrigir o passo e seguir em frente. Como aprendizes da vida, não estamos isentos do erro, da queda, das fragilidades que caracterizam a nossa condição de alunos imperfeitos. Assim sendo, vale a pena agir como quem deseja crescer, aprender, ser feliz. E para isso é preciso saber pedir perdão, saber perdoar, saber tolerar... Só não admite erros a pessoa que se julga infalível, perfeita, acima do bem e do mal. E essa, certamente é uma pessoa infeliz. Se quisermos aprender a ser mais leves e menos presunçosos, observemos as crianças. Elas não têm vergonha de pedir desculpas, não guardam mágoa nem rancor. Quando se machucam, elas choram... Pedem socorro, reconhecem sua fragilidade... Se não conseguem alcançar algo, pedem ajuda. Para entender as coisas, perguntam várias vezes. Quando sentem medo, admitem. Pulam no colo mais próximo ou se enroscam no pescoço do amigo ou irmão mais velho. Isso se chama humildade, isso se chama pureza. Isso se chama sabedoria. É por isso que as crianças aprendem. Elas não têm vergonha de ser aprendizes da vida. O sentimento de culpa é um detrito moral que fustiga a alma. A pessoa que carrega esse fardo, sofre e não admite ser feliz.
...(",)

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O verdadeiro Natal...


E o tempo passa, as estações mudam, o século vira, o NATAL está chegando novamente. Nas travessias diárias, com ventos favoráveis ou contrários, encontramos horas alegres, ilhas benfazejas e repousantes. Sempre nesta data tão importante, fazemos um balanço do ano vivido, dos anos percorridos. Eu desejaria que este NATAL fosse diferente somente com bons propósitos para esta humanidade sofredora com o embrutecimento do ser humano. Está em tempo de corrigir os erros, apagar mágoas, fazer justiça, amar o próximo. Vamos curtir a boa leitura, sermos poetas, amando a lua mas não querendo trazê-la para a terra. Sonhar com as estrelas, sabendo que elas só podem brilhar no céu. Segurar o sorriso não o deixando ir embora. Dar um sorriso para aqueles que já esqueceram esta manifestação alegre. E as lágrimas ? Elas precisam correr quando necesário em cada face. Conserve a vontade de viver pois sem ela não se chega a parte alguma. Persiga um sonho e alimente-o. Vamos olhar para o lado e descobrir quantas pessoas precisam de nós. Procurar caminhos, ir em frente, mas não se deve magoar ninguém nessa procura. Não deve destruir pontes, porque poderemos precisar delas quando voltarmos. Vamos nos alimentar de amor, de esperança, abastecer o coração de fé, sem perde-la jamais, haja o que houver. É necessário ter força, seguir em frente e às vezes até voltar, para recomeçar de novo se tudo der errado. Seria bom ter ouvidos para ouvir palavras doces, músicas suaves, ouvir a melodia dos sinos que nos despertam saudades e ternura. Deixemos de lado a correria que nos faz esquecer de viver, de consolar de rezar juntos. Tudo isto está sendo lembrado, porque é NATAL, a maior festa da CRISTANDADE, pois é o aniversário do grande mestre, que nos ensinou toda forma de amor, paciência e fé. Temos o dever de sermos bons alunos, colocar em prática as preciosas lições que recebemos. Feliz NATAL a todos, coroados de bençãos e que brilhe a grande luz em 2010.
...(",)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Princesa do vazio...


É como se não houvesse mais separação
Onde fica a cabeça, onde começa o coração?
A lembrança é uma benção
O esquecimento uma maldição
Ou seria o contrário
Girando no redemoinho adversário?

No que me incompleta
Estou pr em corrente
Princesa do vazio
Picada pela serpente
Que nada na superfície do rio
Escondida na margem do repente

Pelo caminho que vim
Não volto
A mão que segurei
Eu não solto
...(",)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

O trem da beira...


"São tão remotas as estrelas, que apesar da vertiginosa velocidade da luz, elas se apagam e continuam a brilhar durante séculos. Morrem os mundos...Silenciosa e escura, eterna noite cinge-os. Mudas, frias, nas luminosas solidões da cultura. Erguem-se, assim, necrópoles sombrias..."(Euclides da Cunha)

Aquela cidade as margens do rio deu a impressão a Giovanna de que ela estava deslocada no tempo, na margem direita ficava o presente, na esquerda o passado. A visão da correnteza a deixa enjoada como se fosse uma mulher grávida, mas aquelas águas barrentas parecem ter o poder de irrigar seus olhos, ela chora de saudades, de medo e de ansiedade. Então caminha ao sol e esse lhe faz suar as bicas, como se estivesse derretendo a pele e os ossos, mas ela parece gostar desse calor amazônico, parece lhe fazer bem o fervilhar do sangue em suas veias que aos poucos vai apagando aquele estranho vazio em seu olhar. Sentou-se num restaurante para almoçar e beber água, há um ditado na região que diz: quem bebe água de lá pode ir embora, mas sempre um dia irá voltar. Imaginava que não duraria não mais do que uma semana lá. Agora depois que bebeu a água e foi picada pelos mosquitos não tem mais vontade de partir. Da sacada de onde estava sentada podia ver as grandes árvores na fímbria da floresta, as castanheiras se destacavam, com suas altas copas e seu tronco longo. De lá ela não via, mas sentado a sua sombra estava um moço, e eles ainda nem se conheciam, mas o vento se encarregaria disso. O perfume dela chegou até ele e o seu cheiro despertou nele um instinto de macho, que não é rude, mas sedutor. Tinha o rosto comprido e longilíneo, os olhos como duas janelas que precisam do sol e o contorno das sobrancelhas seguindo sinuosamente e acen­tuando a vontade de viver e de ser feliz que seus traços traziam. A pele não era alva, mas de um tom próximo de chocolate clarinho, perfeita para seu corpo bem harmônico. Antes que eu tomasse o trem, o céu estava sem nuvens emoldurando o sol que com seu calor de mil graus fazia o suor porejar por toda a pele. Sentou-se no terceiro vagão na segunda fileira, ele estava na terceira. Quando a composição começou a se movimentar eles estavam frente a frente, pois ele sentou-se na posição de quem viajava de costas para a Maria Fumaça. Giovanna adormeceu lentamente com os barulhos do trilhos e antes de fechar os olhos vislumbrou ele em seu formoso traje branco. Sem saber eles tinham o mesmo destino, a locomotiva os levaria até a capital onde lá tomariam um barco que os levaria cinco dias navegando até Manaus.
...(",)

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Maturidade...


"Não tenho mais os olhos de menina nem corpo adolescente, e a pele translúcida há muito se manchou. Há rugas onde havia sedas, sou uma estrutura abrandada pelos anos e o peso dos fardos bons ou ruins. (Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia). O que te posso dar é mais que tudo que perdi: dou-te os meus ganhos. A maturidade que consegue rir quando em outros tempos choraria, busca de agradar quando antigamente quereria apenas ser amada. Posso dar-te muito mais do que beleza e juventude agora: esses dourados anos me ensiaram a amar melhor, com mais paciência e não menos ardor, a entender-tes e precisas, a aguardar-te quando vais, a dar-te regaço de amante e colo de amiga, e sobretudo força — que vem do aprendizado. Isso posso te dar: um mar antigo e confiável cujas marés — mesmo se fogem — retornam, cujas correntes ocultas não levam destroços mas o sonho interminável das sereias" .
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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Vértebra ou pálpebra...


“Memória!/Convoca aos salões do cérebro um renque inumerável de amadas./Verte o riso de pupila em pupila, veste a noite de núpcias passadas./De corpo a corpo verta a alegria esta noite ficará na História./Hoje executarei meus versos na flauta de minhas próprias vértebras.” (Vladimir Mayakovsky)

Eis minha estrofe de um milhão de dedos, vinte e três pensamentos e quarenta promessas. Meu batismo é com água, porem meu pecado é de fogo. Porque o pensamento é sujo, imundo e sórdido, precisa mesmo ser lavado, remido e limpo. Mas o coração fica lá, sempre puro, mesmo que triste, quebrado ou duro. Somos eternos filhos que choram e nossas mães não escutam. É por isso que o que nos sensibiliza também é o que nos endurece. A carne fica insistindo em querer ser carvão, mas é o espírito, com outra vibração, que é o diamante, lapidado, de longe parece até vidro quebrado, mas de perto se descobre a jóia que é, e de como ele é brilhante. Minha chave orgânica abre a porta da minha existência, entre esse e o outro mundo. Ao invés de morrer vou me misturando, me combinando e me dissolvendo nos outros. Eis minha pipa com rabiola feita de remorsos, papagaio sem linha. Esse meu ar atmosférico é cheio de alquimias, caminho pela nuvem para evitar as superfícies escorregadias. Porque se eu cair não sei qual parte de mim vai se quebrar, se a mole e frágil ou se a dura e robusta, se uma vértebra ou uma pálpebra.
...(",)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A chuva que chovia...


Nenhum sonho é apenas um sonho, porque ao se sonhar o pensamento dá um salto para o futuro e o desejo, combustível dessa viagem toda, se lança na corrente sanguínea do sonhador. Sonhamos porque a vida real nos decepciona e por isso o inconsciente da gente precisa gritar. Alguns para fugir cometem exageros, ou bebem demais, ou dormem demais, ou são duros demais, os excessos são a fuga da ilha, no continente onde tudo é demais, não sobra tempo para descobrirmos nossa real condição. Somos iludidos pela ilusão que o que conversamos internamente com a nossa psique seja um segredo inviolável, tudo que fazemos e dizemos é uma revelação, as roupas que vestimos, a bagunça que deixamos no quarto, na nossa mesa, o silencio ou o excesso de fala. Para quem tem os olhos bem abertos não só para si, mas para o mundo, é fácil descobrir os segredos das pessoas. Na mesma pagina(da minha vida), mas começando outro capitulo começou a chover, forte e eu procurando abrigo, comecei a olhar para o céu admirando a chuva, os pingos bailando no céu ate atingirem o chão, vistos no reflexo da lâmpada de um poste...é incrível a coreografia, os pingos caindo em sintonia, o vento criando suas trajetórias, é como uma dança ficar olhando para eles de onde eu estava. Nem percebi que estava molhada, se pudesse ficaria nua na chuva...recitando um poema que gosto tanto do poeta Mário Chamie: “Não percebeu que percebia que a chuva que chovia não chovia na rua por onde andava. Era a chuva que trazia de dentro de sua casa; era a chuva que molhava o seu silêncio molhado na pedra que carregava. Um silêncio feito mina, explosivo sem palavra, quase um fio de conversa no seu nexo de rotina em cada esquina que dobrava. Fora de casa, seca na calçada, percebeu que percebia no auge de sua raiva que a chuva não mais chovia nas águas que imaginava.”
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terça-feira, 17 de novembro de 2009

A invencível...


Não é fácil ser quem eu sou, o criador me deu a missão de existir, de viver, estar, permanecer e um dia partir. De vez em quando quebram nossas asas e puxam nosso tapete, mas não paramos nunca, temos o poder de nos ferir e de nos curar. Somos Super-heróis e nem nos damos conta disso, tá certo que tem muita Criptonita por aí, podem nos arrancar pedaços, sugar nossa energia e até mesmo nos fazer sangrar, mas a alma não pode ser partida e por isso somos invencíveis.
Somos invencíveis pela teimosia de continuar sonhando, mesmo quando parece ser impossível que esse sonho se realize, invencíveis porque somos persistentes e amamos mesmo quando todos os nossos amores só nos decepcionaram. Uns vão nos achar tolos, outros que somos loucos, mas pelo menos uma pessoa no mundo saberá que somos alguém especial. E para todas as outras pessoas ao invés de invencíveis seremos invisíveis. Mas não importa ao conquistar o coração de alguém que nos respeita e não mente, para nós a nossa invencibilidade mais uma vez prevalecerá sobre os cegos deste castelo.

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Permaneço em ti...


“Amar, porque nada melhor para a saúde que um amor correspondido.”
(Vinicius de Moraes)

Quando fico diante do mar à noite tenho a sensação de eternidade, e a escuridão não me amedronta não, porque as estrelas brilhando no céu negro e as espumas brancas formadas pelas ondas ficam espalhadas na areia mostrando o caminho por onde devo passar. Uma poetisa quando ama faz o vento soprar a seu favor e não há parte neste e nem no outro mundo que suas palavras não possam alcançar, “viajar pra longe te encontrarei em algum lugar”... seus dedos escrevem fragmentos de canção e reconstituem pedaços de seu coração. É como se as linhas da palma de sua mão quisessem saltar para o ar, para o papel e para a tela. Nesse momento sinto a sensação que já estou aqui por muitos séculos, em outra janela, com outras roupas, em outros papéis, em outras situações, mas sempre com os mesmos olhos. O infinito é a casa da minha existência, diante do mar escuro a sensação é que já estive, que já desapareci e que já ressurgi, mas essa é minha permanência, no caos do pensamento há momentos de intuição, a lucidez espiritual que se desprende do material e liberta essa alma. E a liberdade da alma é onde está a curva do universo.
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terça-feira, 3 de novembro de 2009

A nossa longa caminhada...


“…há uma coisa que é necessário definir: todos nós, quando escrevemos (ou falamos), dizemos coisas reais e dizemos coisas irreais... fazemos um misto de retórica vã e não só… colocamos muito de nós e também muito daquilo que vai no nosso imaginário… não só falamos do que sabemos como também falamos do que não sabemos mas, principalmente, falamos com a Alma, com aquilo a que eu chamo de "desejo"… fala-se do que "desejaríamos" que assim fosse… quando não "foi assim" então fala-se do desejo de não ter sido como desejáramos que tivesse sido… somos todos duma ambiguidade angustiante (quer se queira admitir isto ou não)… mentimos a nós mesmos para nos desculparmos de tudo, só que nos esquecemos que não somos culpados de nada… a ilusão não está em nós mas em tudo o que nos é dado como perceptível, ou seja, o que nos rodeia é que pode ser ilusão… nós não somos uma ilusão… a ilusão gira à nossa volta e tenta-nos de forma em que se perca a noção do que é a verdade e do que é a mentira… ficamos, então, apenas com o que temos… e o que é que temos?... a esperança de estarmos enganados ou de nos termos enganado e de que há ou vai haver solução… desesperadamente procuramos resolver esse problema… outras vezes, desistimos e deixamos que tudo "morra" no limbo do esquecimento… no entanto, esse limbo é também ele mesmo uma ilusão pois o esquecimento não é viável… não podemos "cortar" ou "apagar" a memória… e esta é a que nos devora… engole-nos por vezes duma forma assustadora e noutras vezes duma forma mais suave mas não deixa nunca de nos engolir… somos como que absorvidos por esse buraco negro que é a lembrança… lembramos tudo, principalmente o bom porque subconscientemente escondemos num recanto da nossa memória tudo o que foi mau… até porque nunca tivemos a culpa do mal ou do mau acontecido… somos uns eternos inocentes… fazemos assim, ao longo da vida, exorcismos aos nossos demónios em vez de lançarmos louvores aos nossos anjos… passamos uma vida inteira a lamentar o inlamentável em vez de nos alegrarmos com tudo o que não deve ser esquecido… e tudo, tanto o bom como o mau, deve ser contabilizado na nossa passagem por esta dimensão do aqui e agora… e só há uma forma de se "conviver" nesse estádio de vida: é aceitar o que nos é dado viver… é aceitar o que nos é dado pois nada daquilo que "temos" é nosso… foi-nos concedido passar por isso, foi-nos concedido vivermos nisso, foi-nos concedido vivenciar determinados fatos, fatos estes que serão única e exclusivamente nossos e de mais ninguém… mais ninguém no universo sente o que eu sinto, mais ninguém no universo sente o que tu sentes… somos seres únicos, individuais e totalmente imperfeitos… vamos a caminho da perfeição mas que tarda em chegar… vamos ter muito que caminhar ainda até conseguirmos a espiritualidade do ser… porém e como ainda somos imperfeitos é-nos "concedida" a capacidade de "chorar"… é por isso que nada nos satisfaz… é por isso que buscamos a felicidade (quando ela está aqui, dentro de nós)… é por isso que sofremos… é por sermos ainda imperfeitos que não sabemos (ainda não aprendemos) aceitar… no que me diz respeito, tento duma forma lenta mas sistemática, tentar aceitar mas, na verdade lhes digo, que não é fácil e, por vezes, preciso de "gritar" e de usar a tal forma de equilíbrio que me permita lentamente sentir o caminho que piso numa caminhada que sei tenho de fazer, sem olhar para o caminho mas apenas com a vontade enorme e grandiosa de caminhar… caminhemos, pois, de mãos dadas com o Amor, o único que nos fará sorrir e ter mais forças para percorrermos esse caminho, o caminho da Sabedoria, da Luz, da Paz e da Harmonia…”
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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Caim matou Abel...


Por conta de uma viagem nos últimos dias desandei a ler bastante, mas do que já faço habitualmente. E há muito espaço pra isso quando se viaja. Enquanto se espera o trem ou o avião e mesmo durante o vôo ou o trajeto, ler é sempre a melhor opção. Foi dessa maneira que li de Saramago seu novo livro: “Caim”. Obra perturbadora e que me tirou o sono algumas noites. As minhas relações com livros são passionais demais. Tudo que toco com as mãos vem pra dentro de mim. Filho primogênito de Adão e Eva segundo o Antigo Testamento da Bíblia, Caim sentiu ciúmes por Deus ter preferido as ofertas feitas pelo irmão mais novo, Abel, e matou-o, cometendo o primeiro homicídio na história da Humanidade. Saramago é um homem intelectual e grande escritor que em suas obras está sempre a criticar a religião e mais ainda a forma como o ser humano se relaciona com Deus. É assumidamente ateu, o que significa dizer que não acredita na existência de um Deus como os cristãos tem fé. Para os radicais isso faz dele um maldito, proscrito, herege e bandido. Para os buscadores suscita curiosidade e admiração. Assim como o escritor indiano Salman Rushdie foi perseguido e ameaçado de morte pelo seu livro “Os versos satânicos”, onde expõe sua frustração com o Islã, Saramago também sofrerá represarias dos cristãos, claro que menos radicais, mais ainda assim lancinantes. Porque segundo suas próprias palavras Saramago afirma acerca das religiões: “..a divindade e o conjunto de normas e preceitos que os homens estabelecem em torno a essa figura para exigir a si mesmos - ou talvez seria melhor dizer para exigir a outros - uma fé inquebrantável e absoluta, em que tudo se justifica, desde negar-se a si mesmo até à extenuação, ou morrer oferecido em sacrifício, ou matar em nome de Deus”. O grande sentido de se praticar literatura e qualquer arte é justamente acordar as pessoas, provocar angustia e atirá-las no abismo para depois resgatá-las antes que caiam ao chão com a maravilhosa asa chamada reflexão. Porque de outra maneira se é somente um fantoche, um boneco que consome, come e dorme. Um bom exemplo de arte é música, que por ser harmônica é prazerosa, cria memórias musicais, porque o som é das intangibilidades a mais espiritual. E quando há letras nas canções a música passa a conversar conosco. Ouço música para relaxar, mas também para pensar. Escrevo porque tenho necessidade de comunicação. E ter opinião e expressá-la de forma livre pode ofender muita gente. O fogo da inquisição é perpetuo. Depois de ler o livro eu me apeguei muito mais não a polemica do autor “ousar” falar mal de Deus, mas a respeito da estrutura das crenças humanas que revelaram um importante traço psicológico nosso a meu ver: o de acreditarmos somente naquilo que queremos acreditar, seja por conveniência, por necessidade e principalmente por utilidade.
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terça-feira, 20 de outubro de 2009

Em terra de cegos...


Depois que li aquele livro “O corpo fala” descobri que tudo em mim quer me revelar, cada fala ou gesto tem sempre algum significado, não só em mim, mas em todos nós. O que essa obra ensina é treinar nossos olhos para reconhecer esses sinais que como diria Djavan “me confundem da cabeça aos pés, mas por dentro eu te devoro”. Porque tudo que está na superfície de qualquer ser humano é só uma referência, uma miragem. Quem vê cara não vê coração, é preciso de no mínimo dez encontros para se começar a ter idéia de quem é o outro. A primeira impressão pode ficar, mas ela se modifica. É transformada pelo cheiro, mas também pela cor da roupa, é alterada pelos tons da voz, pelos sorrisos, pelas mancadas ou pelos apoios. Todo ser humano é complexo demais para a gente achar que só com a primeira impressão já sabe tudo sobre ele. As pessoas mudam, por força do tempo ou por necessidade de se adaptar ao mundo que está eternamente se renovando. Mudam porque querem se sentir livres e ser surpreendidas por si mesmas. Nessa história de mudança não poderia deixar de citar Edson Marques e seu poema, uma ode a transformação: “Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade. Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa.... aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua. Corrija a postura. Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias....Tente o novo todo o dia... Repito por pura alegria de viver : a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena !!!” É possível mudar e ainda sim conservar a mesma essência, aquela que nos mantém casados aos amores de nossas vidas ou então leais aos nossos amigos de sempre. A atitude deve mudar quando já não nos trás mais satisfação e o que se mantém é justamente as características que deram certo. Ninguém perde a própria identidade se um dia resolver ser uma pessoa melhor do que era antes. Irreconhecível fica quem prefere ficar como diria Raul Seixas em sua canção : "com aquela velha opinião formada sobre tudo." As pessoas vão falar e lembrar de você por aquilo que você tem de mais marcante. E se for algo positivo será melhor. Por isso nunca acredite somente nos seus olhos.
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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Movimento...


“... terminaram as palavras... as letras deixaram de existir... as frases já não podem ser formuladas e a comunicação escrita ou falada findou... o Homem deixou de dizer um simples vocábulo e nem um só ditongo se consegue escrever ou articular... mas a sua necessidade de gritar leva-o a inventar novas formas de comunicar... passa a usar o seu corpo para insinuar as sílabas e começar a juntar os elementos que formam a ideia, a imagem ou apenas o sentido... o seu corpo passa a ser a caneta ou a corda vocal... e as mãos tocam ali, acolá ou aqui... movem-se no espaço e sentem que do outro lado existem outras mãos que fazem o mesmo... e todos começam a gesticular... e do gesto, passam ao encontro, ao toque mútuo, ao abraço, ao enlace, à carícia, ao beijo, à ternura, a todo o género de ato que defina um desejo de comunicar, de dizer: estou aqui, está aí, podemos falar?... então trocam-se os toques e todos se movem no mesmo sentido... no Mundo existe o silêncio mas passou a existir o abraço... algo que o Homem já havia esquecido há muito... e apesar de o riso não ser articulado, existe o sorriso... e apesar do grito se ter silenciado a lágrima pode escorrer pela face e dessa forma se diz o que se passa, o que se sente, o que se deseja, o que se vê e o que se quer que seja entendido... o Homem calou a voz mas não consegue deixar de comunicar... e o seu corpo passa a ser o elemento base dessa ação... e, dessa forma, mesmo não podendo dizer que se ama, pode-se dizer o mesmo num sorriso, num beijo, num toque, num abraço, num desejo... e o Amor, por mais que o Homem possa perder as suas faculdades, jamais morrerá... e Amar, continuará a ser o único caminho!...”
...(",)

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

A cada segundo...


Nas ruínas, é lá que você encontra, a ilusão desfeita, os sonhos despedaçados, os retratos quebrados e as separações. Porém é lá também que você descobre debaixo dos escombros, ainda respirando, com um fio de vida pulsando em seu peito, o recomeço, o renascimento e as ressurreições. Quem é esse que vos diz, que parece saber tudo, mas é apenas fachada. Quem é esse que parece ser feito de imaginação, mas na verdade não é feito de nada. Calcanhar de Aquiles, sombra de minha sombra, cedo ou tarde ele tomará conta de mim, me batizará com seu fogo e cegará meus olhos apodrecidos pela terra. E então serei uma fênix voando entre o céu e o solo e fazendo meu ninho na lua, flutuando alto, livre da matéria e da dor, alforriada do sofrimento e da carne, olharei para as pessoas como se os meus olhos fossem os mesmo olhos de Deus e os verei todos da mesma forma, com luzes e sombras fazendo os contornos de suas almas, crianças, nesse planeta eles são todos crianças, tão desprotegidos que se minimamente soubesse de sua fragilidade nem se levantariam de suas camas. A revolução da alma já está ocorrendo, ela não será anunciada por trombetas ou fanfarras, não serão necessárias grandes tragédias ou destruições, o grande julgamento final já está em curso a cada segundo.
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terça-feira, 6 de outubro de 2009

Adeus Mercedes Sosa...


Quando alguém como Mercedes Sosa morre os anjos choram e cantam suas canções nas nuvens brancas que pastam mansamente nos céus. Em cada lágrima uma nota musical, em cada despedida uma canção de adeus e de gratidão. Lá no alto e no frio dos Andes um grande Condor pia de dor, La cantante se foi, o vento sopra sobre suas asas e ele, uma nobre ave, sob o céu estrelado também chora a perda de uma mulher tão grandiosa. Mercedes havia dito que continuaria cantando "até os últimos dias", como uma cigarra, agora que sua alma se desprendeu do corpo ainda se queda aqui o eco de sua voz cantando a liberdade, a luta e a vitória. Muito mais que uma artista popular latino americana, Mercedes foi uma grande mulher, da estirpe das guerreiras, como uma Joana D´arc das artes. Vai com Deus, tua voz em gravação permanecerá conosco como um canto ao sol e uma serenata a lua, assim como eco da sua existência, inspiradora, meu coração é musical e em suas batidas tu seguirás cantando: "Tantas veces me mataron, tantas veces me morí, sin embargo estoy aqui, resucitando. Gracias doy a la desgracia y a la mano con puñal, porque me mató tan mal, y seguí cantando. Cantando al sol, como la cigarra, después de un año bajo la tierra, igual que sobreviviente que vuelve de la guerra."

P. S. : Mercedes Sosa nasceu em Tucamán, Argentina, em 9 de julho de 1935. É uma cantora de grande apelo popular na América Latina e conhecida como La Negra pela cor das longas e lisas madeixas. Ganhou destaque muito nova, com quinze anos de idade, após se apresentar em uma competição de uma rádio da sua cidade natal e conseguiu um contrato de dois meses. O timbre marcante levou Mercedes a gravar o primeiro disco Canciones con Fundamento, em 1965, com um perfil de folk argentino. Mas foi em 1967 que se consagrou internacionalmente após gravar o sucesso Cantata Sudamericana e Mujeres Argentinas, com Ariel Ramirez e Feliz Luna. A música foi em homenagem à chinela Violeta Parra. Já atuou com diversos músicos, como Milton Nascimento, Fagner e Silvio Rodríguez. De personalidade marcante, Sosa é conhecida também como uma ativista política de esquerda, sendo peronista na juventude. Se posicionou contra à figura de carlos Menem e apoiou a eleição do ex-prediente Néstor Kirchner. Toda essa preocupação inclusive fica evidente em seu repertório, tornando-se uma das grandes expoentes da Nueva Canción, movimento musical nos anos 60, com raízes africanas, cubanas, andinas e espanholas. Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque são representantes. Possui um dueto com Beth Carvalho, cada uma cantando no seu idioma, na música So le piedo a Dios, além da parceria que fez com Fagner na música Años, de 1981.
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terça-feira, 22 de setembro de 2009

Um psicanalista em meu armário...


Eu tenho um psicanalista escondido em meu armário, espiando minhas atitudes, narcisistas, egoístas e inseguras. Fui desenvolvendo um gosto por ser observada por ele, como se fosse bom ser analisada e receber opiniões sobre meus comportamentos. Mas eu só fico imaginando o que ele pensa sobre mim porque ele nunca me fala nada, deixa que eu mesma tire as minhas conclusões. E ele parece detectar em seu radar os meus padrões, as pessoas por quem me apaixono, no sentido do que é igual e o que é diferente ao mesmo tempo. Por isso esse meu dom da dissimulação, um profundo que parece superficial, ninguém quer se parecer com uma louca, todo mundo quer ser normal, não é mesmo? Por isso meus escritos são como quadros de uma jovem pintora, representações do meu inconsciente, só não sei se uso as cores certas, mas preciso colocar moldura nas minhas imagens mentais. E elas são as mais variadas possíveis, família, filhos ou sensuais e eróticas. Porque o pincel é o meu Id e na palheta estão as minhas pulsões, as tintas dos meus traumas, das minhas loucuras. Não gosto de olhos acostumados, prefiro acreditar que posso surpreender a qualquer momento. A você, o meu analista e ao super ego. Metade de mim não é meia, por isso nada me completará, ser feliz nem é tão importante, mais vale ter uma vida interessante, cheia de lagrimas, mas também de tesão. E essa minha vida interessante é cheia de paz, mas também de confusão, relacionar-se com as pessoas confusas, tão diferentes de mim, mas não ter medo de mudanças, encarar o erro como um caminho para encontrar novas soluções, ter a cara-de-pau de se testar em outros papéis e humildade para abandoná-los se não der certo. Uma vida interessante é outro tipo de vida feliz: aquela que me fez ser a princesa dos sapos da lagoa, aquela que passou ao largo dos contos-de-fada e que faz minha biografia ter mais do que 20 páginas.
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sábado, 19 de setembro de 2009

Eu tive o melhor momento de minha vida...

“Aquele que conheceu apenas a sua mulher, e a amou, sabe mais de mulheres do que aquele que conheceu mil.” Leon Tolstoi

O que faz um homem pertencer a uma mulher só? É claro que essa resposta é variável, não há formulas prontas pra nada na vida, cada um terá a sua própria história para contar, de sucesso ou de fracasso, de doçura ou de amargura. Mas talvez a história de alguém possa nos inspirar, possa servir de espelho, de alerta ou de confirmação. Assim conto hoje o amor do ator Patrick Swayze e de Lisa Niemi que permaneceram juntos durante 34 anos até o dia da morte dele. A biografia de Patrick sairá no dia 29 de Setembro e conta com uma carta emocionante, uma carta que faria chorar até o mais gelado dos corações: “Sou muito grato por você ter escolhido me amar. Eu sei que, por causa de você, achei minha alma e me tornei no homem que sempre quis ser. Você é minha mulher, minha amante, minha amiga e minha dama. Eu sempre te amei, eu te amo agora e vou amá-la ainda mais”. Quando se apaixonaram Lisa tinha aulas de dança e era melhor aluna de sua mãe, Patsy, que quando viu o filho se aproximar da menina, então com 14 anos, disparou para ele furiosa: "Se você fizê-la sofrer, eu te mato". Patrick não fez o tipo Don Juan com Lisa, foi bastante paciente. “Tivemos vários encontros em silêncio. (...) Ela era a mulher mais brilhante que eu havia conhecido e eu achava isso muito atraente”. E então ele se mudou para Nova York para ser bailarino e Lisa foi também para morarem juntos. Porém bem diferente do que a maioria das pessoas, o romance deles demorou mais de um ano para se consumar. "Eu tinha que pedi-la em casamento antes de sentirmos que nossa relação era séria suficiente para haver sexo. Lisa foi à segunda mulher com quem ele dormiu. O dois mesmo depois do casamento sempre mantiveram a chama do romantismo acessa. Muitos viam os dois como almas gêmeas. "Eu não tenho tanto respeito por um ser humano como tenho por ela”. A união sobreviveu à fama de Patrick, que no auge só podia sair de casa cercado de seguranças. Lisa agüentou os excessos do marido com álcool e drogas - chegando a ameaçar sair de casa se ele não se cuidasse. O que acabou acontecendo de fato após o suicídio da irmã Vicky, que o fez ir para a reabilitação. Lisa também esteve ao seu lado em um dos momentos mais difíceis, quando Patrick sofreu um acidente com um cavalo, em que teve as duas pernas esmagadas, uma lesão no ombro e um dedo arrancado. Houve momentos em que Lisa é quem precisou de cuidados, quando sofreu abortos em 1990 e 2005. Nos últimos dois anos, em que o marido lutou contra o câncer, Lisa ajudou Patrick a escrever sua biografia. O aniversário de 34 anos de casamento foi comemorado em junho deste ano. Na cerimônia de renovação dos votos, Patrick apareceu como Lisa havia pedido: em um cavalo branco, como uma legítima cena de “Dirty Dancing”. Esse foi o resumo em breves palavras do que fez Patrick pertencer somente a Lisa, é o caso particular deles eu sei, mas serve como confirmação do aforismo de Tolstoi que coloquei no inicio do texto, pelo menos para esses dois corações. Eu do meu lado acredito que se você conseguir que alguém te ame verdadeiramente, independente de posses, de ciúmes e livre de quaisquer outros interesses, sua vida toda já terá valido a pena.
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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Ele agora é como o vento...


O anjo da morte ante ontem veio buscar o ator Patrick Swayze e levou com ele sua alma, porém sua arte permanecerá conosco, seus filmes, seus exemplos e sua alegria. Mas é como diria uma velha canção do Queen “Show must go on”, o show deve continuar, porque a vida sempre continua. E na minha vão ficar alguns filmes em que ele foi protagonista e que marcaram momentos importantes de quem sou . O primeiro filme que assisti com Patrick foi “Vidas sem rumo”. Ele mostrava a falta de horizontes dos jovens, Swayze era um dos irmãos órfãos que trabalhavam num posto de gasolina pra sobreviver, e com os amigos, formam uma gang. Mostrava também que estes jovens tinham muitos sonhos que gostariam de realizar, mas a realidade de suas vidas era bem diferente. O personagem que narra, o irmão caçula Ponyboy Curtis (C. Thomas Howell), adorava poesia. A moçinha do filme era Daine Lane uma das mulheres do cinema que eu mais gosto. A produção tinha um elenco estelar: Matt Dillon, Ralph Macchio, Rob Lowe, Emilio Estevez e Tom Cruise. Outro filme dele inesquecível foi “Dirty Dancing — Ritmo Quente”. Em 1987, o filme botou a dança de salão na moda. Patrick Swayze e Jennifer Grey eram Fred e Ginger numa versão atualizada e muito mais romântica (porque Fred e Ginger, vocês lembram, sempre começavam os filmes se desentendendo!). A trilha sonora desse filme é muito boa, adoro “Hungry Eyes”, adulto depois que assisti a cenas em que essa canção surge notei a sensualidade flamejante desse filme. Daí veio “Ghost — do Outro Lado da Vida” em 1990. “Caçadores de Emoção”. Por causa do filme quase saltei de pára-quedas, mas nunca(ainda) tive coragem. E por ultimo assisti a “A cidade da esperança” , um filme grandioso do qual jamais vou me esquecer. Patrick interpreta um medico que ficou atormentado por problemas existenciais e acreditando-se culpado da morte de uma criança, operada por ele, abandona a profissão e dirigi-se ao país de Ganghi em “busca de luz espiritual”. Em Calcutá, é assaltado e espancado, sendo socorrido em um Dispensário – a Cidade da Esperança -, fundado e dirigido pela sra. Joan, lá ele encontra um campo de trabalho caritativo, junto à população mais carente, que tocará para sempre, o seu coração. A frase do filme é : “O que não se dá, se perde.” Patrick cantou em “Dirty Dancing” uma das canções que fazem parte do repertorio da minha alma: “Shes like the wind”, impossível escutá-la e não me lembrar do tanto que amei. Vai com Deus Patrick nós que aqui estamos vamos sempre nos lembrar de você! Meu sorriso de hoje agradece pelas lembranças que você ajudou a gravar no meu coração e as minhas lágrimas serão pela falta que você fará aqui nesse mundo. Até a próxima meu amigo, nos vemos num outro filme.
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domingo, 13 de setembro de 2009

Meu sangue errou de veia...


Não faz muito tempo não, foi estes dias que eu me liguei nesse lance louco do espelho, não daquele que tenho no banheiro, mas aquele que reflete muito mais do que nosso rosto, mas os nossos atos e atitudes em outras pessoas. Saber que os meus pensamentos funcionam como espelho de alguém também tem engrandecido esse meu ato livre que é escrever. Ver-se refletida ou refletir outra pessoa em si é uma “brincadeira” saudável à beça para o autoconhecimento. Porque ao se deparar consigo mesmo você percebe tanta coisa que estava invisível que resolve se amar. Não de forma egoísta e vil, mas de uma maneira que toda alma merece. É um caminho que vai para dentro, cheio de curvas é claro, porque nenhum de nós é santo(a), mas que quer pelo menos nessa existência entender um pouco quem é esse(a) que somos. O nosso ser real cheio de medos e contradições, o nosso eu sorridente mesmo coberto de cicatrizes. E a melhor maneira de espelhar ou ser espelho é amando. Em seu livro “Pequena tratado das grandes virtudes” um filosofo chamado André Comte Sponville afirma que há três manifestações de amor" : Philia, Ágape e Eros. Philia seria como o amor associado à amizade, ao companheirismo e reciprocidade. Já Ágape traz em sua essência a benevolência e caridade de forma humanitária e desinteressada. E é em Eros que a loucura da paixão explode, pois ele é um amor a serviço deste deus ciumento e possessivo. O tormento e o prazer vêm juntos, pois este desejo, às vezes é incontrolável. E melhor espelho de quem somos é que uma paixão não há. Pois, a pessoa pela qual nos apaixonamos tem atributos sutis, capazes de ativar e trazer para o presente experiências afetivas de modelos que vivem na nossa inconsciência. Detalhes tão pequenos como o tom de voz, a forma de olhar ou a textura da pele são elementos catalisadores e de explosão entre os enamorados. A paixão consegue negar os limites impostos pela vida, a gente fica brincando com o tempo e se esquece que um dia tudo acaba. O reflexo de quem verdadeiramente somos assusta, em alguns casos até apavora. Mas pode também causar encanto, e vontade de ficar mais perto e de mergulhar mais fundo. As vezes o medo é justamente a chave que liga uma nave chamada coragem.
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terça-feira, 8 de setembro de 2009

Por que continuar só assistindo à vida em vez de vivê-la..?


Observando como tenho estado diferente diante de muitas coisas... como estou me abrindo para muitas novas possibilidades e principalmente... me sentindo feliz onde antes poderia me sentir triste, vi que muitas vezes estava só assistindo a vida acontecer e reagindo ao que ela me trazia... sem viver. Quando estamos sob o jugo das memórias equivocadas, somos assim como os espectadores assistindo a um filme... que já está pronto, e no qual não podemos fazer nada para mudar o script... só nos cabe "reagir" com lágrimas ou com risos de acordo com o que nos aparece na tela do cinema. Só que as nossas memórias, quase nunca passam filmes com final feliz... parece que elas preferem os dramas e podemos correr o risco de nos acostumar ao papel de vítimas. Acostumamos a vários papéis... e pouco sabemos do que é "não representar". Gostar e não gostar quase sempre tem antecedentes... experiências que nos fazem acreditar que determinadas coisas e pessoas são boas ou não são boas. Seria assim como se tivéssemos duas caixinhas... ou melhor, três caixinhas e assim que entramos em contato com alguém ou alguma situação, já reagimos e colocamos em uma das caixinhas. A do gostar... não gostar e neutra ou indiferente. Sem nem nos darmos a oportunidade de receber aquela pessoa ou situação no presente, onde poderíamos perceber que, tudo que nos chega tem possibilidades infinitas de descobertas. E quem determina essa escolha nunca somos nós... são as nossas experiências passadas.. que estão guardadas em memórias carregadas de emoção. Determinam que coisas e que pessoas vão estar em qual caixinha... e como vamos fazer de tudo para evitar umas e para trazer outras para perto. Mas será que nos só viemos aqui para selecionar coisas e pessoas que queremos e que não queremos na nossa vida?
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segunda-feira, 7 de setembro de 2009

As aparências não enganam mais...


As pessoas de verdade e verdadeiras são duplos em suas chamas. Soltam fogo pelas ventas, amam muito, odeiam muito, desejam muito, sacaneiam muito, se arrependem muito, choram muito e amam demais, além da conta. E se elas ficam juntas, ou se atraem, não será pela perfeição, mas por causa das suas cicatrizes. Por trás desse reino de aparências e referencias falsas, embaixo dessa máscara e dessas roupas a alma sabe, mas do que deveria saber, por isso sofremos tanto. Estamos no meio de um jogo, de uma batalha de forças, de egos e de nuvens. E vencemos pela essência e pela perseverança, pelo o que se repete e mesmo assim nunca é igual, pelo o que nos escapa e pelo o que então está ao nosso alcance e agarramos com todas as nossas forças. Todo ser humano está sujeito a cometer equívocos, a incorrer em faltas, a jogar tudo pro alto e colocar tudo a perder, a magoar as pessoas que mais ama, todos nós temos uma infinidade de ilusões perdidas e sonhos inúteis, todos nós erramos, todos nós vacilamos. Mas há sempre um RENASCIMENTO, sempre outras chances, outros dias, outras possibilidades, infinitas oportunidades para se redimir, para reconstruir. Nós somos um projeto feito para dar certo, uma aposta do universo que o amor é capaz de sobreviver aos vacilos, a catástrofes atômicas e as explosões de galáxias.
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sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Não quer o meu calor..?


“O amor é uma tentativa de penetrar no íntimo de outro ser humano, mas só pode ter sucesso se a rendição for mútua.” (Octavio Paz, poeta mexicano)



Segundo Octavio Paz, o amor e a paixão exigem entrega que vai além do tempo, dos calendários ou relógio, e o espírito romântico que habita toda alma, embora não se manifeste em todo corpo, nos ensina que ele é um encontro que transcende ao significado imediato das coisasEstou lendo um livro de Octavio Paz intitulado “A dupla chama: Amor e Erotismo” onde o poeta Mexicano tenta dissecar o amor e o sexo. Para ele um encontro erótico começa com a visão do corpo desejado. Vestido ou desnudo, o corpo é uma presença, uma forma que, por um instante, é todas as formas do mundo. E ao tocá-lo deixa de ser apenas presença para se tornar satisfação. "O amante ama o corpo como se ele fosse uma alma e a alma como se ela fosse um corpo. O amor mistura a terra ao céu: ele é a grande subversão." (Octavio Paz) É um daqueles livros que pensamos estar devorando, mas logo percebemos que é ele que nos banqueteia, que nos engole vivos e nos cospe depois aos bagaços, ainda tentando juntar os pedaços tamanha afragmentação. Seguindo a leitura descubro, reflito sobre o que ele diz a respeito do encontro. Aquilo que se diz sobre a imprevisibilidade do nosso destino, que estamos bordados no centro de um tecido de coincidências, sinais e correspondências. Como a filosofia encontrada nos arquivos PPS(Power Point) que vai de “A pessoa errada” do Veríssimo ao “NEOQUEV” que conta a historia dos velhinhos, por mais sorte ou predestinação que seja a cumplicidade da nossa vontade é que torna qualquer encontro possível. O grande mistério da liberdade, é que ela é a mãe de nossas escolhas. E elas como filhos... ou nos amam em retribuição o se revoltam contra nós, El deseo es más vasto que el amor pero el deseo de amor es el más poderosos de los deseos. (Octavio Paz)
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segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Ao pai presente e ao pai ausente...


Paternidade não é uma instituição, é uma intuição, você se sente pai mesmo sem ser o genitor, ser pai não é um sacrifício, é ter na alma um compartimento. O pai não é só um contador de história ele é a nossa própria historia. Nosso herói, quando o amor for dito em voz alta, nosso bandido, quando o desgosto for falado pra dentro. O pai presente pode estar ausente e o ausente pode estar presente, estranha condição essa de homens que se tornam pais, porque a sua simples presença já é um presente para os filhos e quando não está, qualquer que seja o motivo, deixa aquelas crianças tristes. Há órfãos de pais vivos, uma das maiores crueldades praticadas com a infância de um ser humano. Há o pai que é mãe e a mãe que é pai, circunstâncias da vida exigem que alguém se desdobre, seja duplo, seja dobro, e ao ser os dois essa mãe que é pai ou esse pai que é mãe tornam-se ainda mais extraordinários para aqueles filhos. Filho de pai que é mãe ou de mãe que é pai são abelhudos. Porque seus pais são como abelhas, e o seu afeto é o mel fabricado por sua dedicação. Quando um homem se torna pai deveria obrigatoriamente receber da natureza um upgrade, ganhar a capacidade de ter superpoderes, para ser mesmo um herói legitimo, poder derrotar os vilões e prender os ladrões. E nunca ser bandido, porque perderia uma triste característica da natureza humana. A de decepcionar os filhos, a de prometer para eles e se esquecer de cumprir. E pior, esquecer que tem filhos. O pai de final de semana quer ser mar, mas o filho descobre que ele se parece muito com o mar, mas falta o sal. Falo isso para despertar consciências. Mas alguns desses pais não são culpados, são absolvidos pela incerteza dos seus destinos, pois afinal nem tudo na vida sai exatamente como planejam, então se ele não é salgado pelo menos tenta ser doce nas poucas horas que tem pra ocupar aquele espaço, o de pai. Se ele não pode pagar seu amor a vista ao filho ele faz de maneira parcelada. E no final dá tudo certo. Parabéns aos pais que são como um país, como uma nação para seus filhos, “verás que um filho teu não foge a luta”. Parabéns aos pais que são pátria mesmo depois de mortos, porque vivos sempre estão no coração, aos pais que não exilaram seus filhos e aos pais que mesmo longe jamais vão se tornar uma terra estrangeira para eles.
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sábado, 8 de agosto de 2009

domingo, 2 de agosto de 2009

Prece do amor...


Forças Benéficas do Universo, que eu possa sempre sentir Amor... E, se em algum momento não sentir Amor, que eu possa relembrar tão logo seja possível. Que minhas caminhadas estejam sempre casadas com os quereres mais nobres de minha alma... E, se houver aí alguma separação, que eu redescubra a conexão, tão logo seja possível. Que minha busca por felicidade respeite sempre o livre arbítrio dos outros Seres... E, quando esse respeito não ocorrer, que eu perceba e devolva a integridade aos arbítrios ora invadidos, tão logo seja possível. Que as pessoas que de mim se afastem possam ir melhor do que chegaram... mas, se em piores condições elas se forem, que alguém ou algo - uma frase, uma ave ou um pôr do Sol - ou eu mesma, as faça sentir melhor numa breve oportunidade. Que eu possa amar meus familiares, mesmo que haja diferenças em nossas crenças e práticas... mas, se assim não foi ontem, ou hoje, que esse amor nasça e cresça o mais próximo possível do agora. Que eu possa também amar incondicionalmente todos os viventes, independentemente de sua espécie, de sua raça, de sua orientação religiosa, de seu nível moral, de sua roupa, de sua prática afetiva, sexual ou política... mas, se ainda não puder amar, assim que eu esteja o mais próxima possível dessa condição e, logo possa sentir amor com a maior intensidade possível para mim. Que eu possa me acolher como aprendiz da Vida, a ponto de acolher o outro assim também, como aprendiz, e amá-lo antes mesmo de entendê-lo... mas, enquanto esse auto-acolhimento não vier, que eu possa sentir minha alma aquecida pelas forças benéficas das Estrelas e da Terra e pelas Mentes e corações dos Mestres do Amor Universal. Que eu esteja presente em todos os momentos que a Vida me trouxer, seja ele um momento grande com uma multidão, seja ele um momento breve “apenas comigo”. Nem presa no passado nem especulando o futuro, mas que eu possa estar atuante aqui, no presente, amando e aprendendo... e, se desse presente eu escapar - ora para o passado, ora para o futuro - que seja breve, que seja bom e que logo eu reencontre o presente e movimente a Vida para melhor. Que todos os seres possam cada vez mais redescobrir suas fontes de luz e mantê-las acesas em conexão com o Universo e com o Amor que tudo constrói... e, se essa ainda não é a realidade da maioria dos terráqueos, que essa redescoberta seja o mais breve possível, que eu não duvide disso e continue acreditando no Ser Humano. Que todos os seres aproximem-se cada vez mais de sua paz íntima... e, que eu não espere por isso para encontrar a paz para o meu coração e possa, quem sabe, colaborar com a paz de alguém. Que todos os seres sintam a Simplicidade da Vida e redescubram a divindade que são. Que a divindade que está em mim possa encontrar-se com as divindades das pessoas, e que os meus desejos e os desejos do Amor Absoluto sejam um só. Que eu possa Amar...Amar logo...Amar em breve...Amar agora...Amar pra sempre.
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quarta-feira, 29 de julho de 2009

Viver sem pele, existir com alma...


Assim é o meu caminho, portas que se fecham, janelas que se abrem, rios que correm mansos em sua superfície, mas com correnteza forte em seu interior. As etapas que não atravessei ou pulei, percorri inteiras, os ciclos que se acabam e os novos horizontes que se descortinam. Não sei o que me espera na próxima curva, mas caminho assim mesmo em sua direção. Não saberia viver se não fosse dessa forma, da minha maneira, de como experimento o mundo. Existo aqui, tenho o meu lugar, a minha importância, e procuro representar a minha existência da forma mais plena possível. Descobri o que me faz feliz e para minha sorte são coisas simples e que não são tão complicadas de se conseguir. Assim é a minha estrada repleta de trevos, desvios e encruzilhadas, ao optar por uma das trilhas tenho que apagar da minha mente a outra que não escolhi, acredito num destino final. E o meu caminho sendo um eu sou duas. Do lado direito sou aventureira, sensível, intuitiva...lá minha consciência se eleva pelos sentimentos, ela está sempre presente, mas se perde no tempo e em suas divagações. O lado direito honra a minha vida. Do lado esquerdo sou comedida, tímida, controlada...eu fico calculando, criando os limites e analisando as possibilidades. Eu o uso para me comunicar, para transmitir, para expressar minha identidade. O lado esquerdo preserva minha existência. O lado direito quer que eu permaneça assim como sou, o esquerdo que eu me torne uma pessoa comum. Por isso toda vez que abro os portões dos jardins da minha mente minha pele desaparece.
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quarta-feira, 22 de julho de 2009

Isso é o melhor que você pode fazer?...


Em que neurônio terá nascido esse meu pensamento? Essas palavras são um veiculo extracorpóreo de mim, pois sou uma criatura sensível que pensa. E meus pensamentos ás vezes ficam lá rodando no automático. Por isso preciso urgentemente adminis­trar com mais cuidado o que acontece no interior da minha cabeça. É a minha vulnerabilidade maior. O lado direito do meu cérebro fica falando assim pro esquerdo, “Isso é o melhor que você pode fazer?”, o hemisfério direito quer dominar, não quer repartir o território do meu pensamento. Mas os arquivos da minha memória não podem ser manipulados por nenhum dos dois. Afinal em que parte das minhas lembranças eu terei me perdido? Estou no comando de como escolho perceber minha experiência de vida? Não sei. Ás vezes sofro, me sentindo sólida, separada do resto, então preciso verbalizar, liquifazer o meu ser, decompor as paredes e iluminar o interior. Os dois lados da minha mente não deveriam lutar um contra o outro, deveriam colaborar. Mas a minha personalidade do hemisfério direi­to é a parte incontrolável, potencialmente vio­lenta, imbecil, desprezível e ignorante, que sequer é consciente de sua própria existência. A personalidade do hemisfério esquerdo é lingüística, racional, sagaz, e é o assento da minha consciência. A cabeça fica dizendo uma coisa, enquanto o coração fala exatamente o oposto. É a mente sensorial contra a mente intuitiva, é a mente julga­dora contra a mente perceptiva. Elas estão lutando o tempo todo uma contra a outra. De que lado eu estarei agora?
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quarta-feira, 8 de julho de 2009

Eu existo pra você...


Ao descobrir que o seu maior desafio seriam as relações humanas aquela mulher passou a pensar muito sobre o assunto. O exercício da autocrítica ensinado por sua mãe passou a fazer parte do seu universo interno insistentemente. O seu conceito de amor já não a estava fazendo bem, algo teria que ser mudado. A sensibilidade é a sabedoria do coração, assim como o conhecimento é a inteligência do pensamento, e agora aquela mulher precisava encontrar um ponto de equilíbrio entre esses dois rios que correm dentro dela. A razão em demasia pode tornar as pessoas egoístas e a emoção exagerada deixa-nos frágeis e carentes demais. O desafio agora era usar a razão onde ela deva ser usada( resolver problemas, planejar a vida e fazer as escolhas conscientes e sem impulso) e permitir que o coração tenha sua voz sempre ativa. A sensibilidade daquela mulher havia deixado seu coração exposto, a sua forma de amar a deixava dependente emocionalmente do amor. Embora ela soubesse através de sua razão que ninguém completa ninguém, tinha pavor de ficar sozinha. Não sozinha fisicamente, mas com o coração vazio, sem ninguém para amar e alguém para amá-la. Aquela mulher como projeto de ser humano poderia sucumbir assim dessa maneira, então precisava tomar um novo rumo. O primeiro passo seria liberar o perdão a si mesma e que sua individualidade não avançasse sobre o calor de seu afeto. Perdoar a si mesmo é reconhecer seus erros e acreditar na capacidade de corrigi-los. A individualidade não é um instrumento do egoísmo, ela deve ser a nossa aptidão para vivermos sozinhos, de cuidar do nosso corpo e alma dignamente. E tudo isso aliado ao reconhecimento que o outro não pode ser submetido, dominado e obrigado a fazer e a ser como queremos. Aquela mulher estava descobrindo uma nova maneira de amar, sem diminuir o calor e a poesia desse seu ato mais sublime, seu grau de franqueza consigo mesma ao ser transportado pra cá dá uma medida disso. Afinal ela não é automática, precisa estar reciclando o tempo todo para manter o frescor de sua alma. Agora ela precisava derrubar as velhas pontes e construir novas, para que as relações afetivas futuras, e até mesmo as antigas, assumam um novo significado em seu caminho. A frase do psicoterapeuta Flavio Gikovate agora era como uma onda se atirando contra os pilares de seu cais “Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém”. Embora ela tenha sido sempre muito compreensiva, é muito critica, talvez isso tenha sido um dos pontos de atrito que desgastaram os amores tão bonitos que surgiram em sua vida, e aquela mulher tem buscado desesperadamente paz de espírito e não tem a encontrado. Não é fácil ser ela porque como está acordando e não dormindo como a maioria das pessoas, está sujeita a errar muito mais do que eles que repousam nos braços de Morpheu. Aquela mulher provavelmente sou eu.
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quinta-feira, 2 de julho de 2009

Os três caminhos...


Eu tinha três caminhos a seguir, o primeiro era acreditar nas palavras do que as pessoas me diziam, nos conselhos, nas idéias, nas soluções que elas acreditavam ser adequadas a minha vida. O segundo era como a canção do Legião, provar pra todo mundo que eu não precisava provar nada pra ninguém. E o terceiro era só acreditar naquilo que sou capaz de escolher por mim mesma.(Existem amores por aí que se movimentam como o amor, que sorriem, dançam e se oferecem como se fossem amor.) O primeiro caminho nos aproxima das pessoas, o segundo e o terceiro nos afasta. (Tem amores com os mesmos sabores que o amor, cheiram, suam, e falam como se fossem amor). O primeiro caminho nos exige escutar, ser menos teimosos, acreditar no que as pessoas nos dizem e que elas são confiáveis para compartilhar conosco nossos segredos, que elas não vão usar as nossas dúvidas e as nossas mazelas para se sentirem compensadas com as próprias desgraças. Há um processo inconsciente nos seres humanos que embora pareça cruel, não é. Usamos os problemas dos outros para justificar os nossos e assim nos sentirmos melhores. (Aquele amor faz juras como se fosse mesmo um amor) O segundo caminho, provar pra todo mundo que não precisa provar nada pra ninguém, é a estrada do orgulho, é quando queremos mostrar ao mundo nossa importância, tem seu lado bom porque fortalece nossa autoestima e autoconfiança. Mas tem o lado ruim , a soberba reinando dentro da nossa barriga como se fosse um rei. (Um amor tão parecido com amor, tinha o mesmo gosto, inspirava os mesmos pactos, me fazia sonhar, acreditar como se fosse mesmo um amor). O terceiro caminho, que é aquele que nos leva a só acreditar naquilo que somos capazes de escolher por nós mesmos, é o caminho da convicção, da certeza, da intuição, uma voz nos diz, a nossa voz interior, e nós escutamos e executamos de acordo com aquilo que acreditamos. Escolhi esse caminho pra seguir.
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terça-feira, 23 de junho de 2009

A força do olhar...


Os olhos são portais da alma! Neste mundo, onde as pessoas vivem representando personagens, muitas vezes bem diferentes do que realmente são, o olhar jamais as deixa mentir. Ultimamente, tenho pensado muito nisto e procurado observar mais atentamente o que os olhos que me fitam me dizem. Inúmeras vezes, percebo que refletem tanta tristeza, profundo pesar, enquanto os lábios forçam um riso fingido e as palavras tentam demonstrar alegria. Os olhos não mentem jamais. É através deles que o amor verdadeiro se expressa, mesmo que o momento seja inconveniente. A mágoa transparece, apesar do perdão pronunciado. A tristeza inunda o ambiente de uma névoa pesada, mesmo que se esteja numa festa. Tudo isto porque a nossa essência nos rege, apesar de nosso ego teimar em viver afastado dela, muitas vezes procurando copiar a vida de outros, a moda, tentando levar uma vida mais voltada para as coisas práticas e materiais. Os nossos olhos falam. Uma linguagem mais verdadeira, dificilmente expressa por palavras. E nos contradizem completamente, quando não estamos sendo verdadeiros. Através do olhar, amores de outras encarnações se reconhecem, embriagando-se no aconchego carinhoso e inexplicável de um instante mágico e eterno. Os olhos abençoam, amenizam a dor do outro, levam paz e alegria, mas também podem fazer muito mal, quando saturados de ódio, de raiva, de inveja. É importante olhar... Quando alguém nos fala, quando alguém diz que nos ama, quando alguém nos conta algo, olhar cuidadosamente nos olhos nos transporta para algum lugar talvez muito diferente do que aquele para o qual as palavras estão tentando nos conduzir. Os encontros eternos se iniciam com um olhar... Instala-se, então, um saber interior, que a razão jamais poderá explicar e que perdura, independente das circunstâncias. Qual de nós se esquece de um olhar amoroso recebido de alguém? Aquela sensação gostosa, cálida, sempre será revivida, quando recordada. Existe nada mais terrível do que um olhar de ódio, quando nos é dirigido? Um olhar de crítica? De menosprezo? Enfim, é bom nos lembrarmos de que as bocas podem mentir, mas os olhos as desmentem e revelam o que nossas almas sentem!
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terça-feira, 9 de junho de 2009

Arcanjos do mar - A queda do avião da Air France...


“Desde que nascemos carregamos o peso da gravidade nos ombros./Estamos amarrados à terra./Mas Basta mergulhar na água para nos sentirmos livres./Dentro da água, flutuando, podemos voar em qualquer direção: para cima, para baixo, para os lados./Debaixo da água nos tornamos arcanjos.”(Jacques-Yves Cousteau - Biólogo Marinho Frances)


Milhares de vidas foram perdidas quando o vôo da Air France caiu no oceano Atlântico entre o Brasil e África, partindo da cidade maravilhosa, Rio de Janeiro, com destino a cidade Luz, Paris. Fiquei com o coração na mão desde quando a noticia veio, mas só queria escrever quando tivesse certeza que não haviam mais esperanças de haver sobreviventes. Eu tinha fé que por algum milagre alguém tivesse mesmo sobrevivido, que homens e mulheres tivessem nadado para algum rochedo ou mesmo que estivessem agarrados a partes do avião. Por mais impossível que fosse essa minha esperança ou teoria, o fundamento dela era acreditar sempre que tudo pode ser possível. Fiquei todos esses dias nas minhas orações pensando nas famílias e naquelas 228 pessoas que perderam suas vidas nas profundezas do oceano, quando os verdadeiros destroços começaram a aparecer e finalmente os primeiros corpos foram resgatados o sonho havia terminado, restou-me apenas pedir a Deus que em sua sepultura final todas aquelas almas tivessem paz e que suas famílias fossem consoladas por sua fé e pela conformação que o destino de todos nós faz parte de uma lógica que nossa inteligência não alcança. Aos homens mortais resta apurar as causas e usar os resultados para que novos acidentes não ocorram mais pelas mesmas falhas ou defeitos. E que ao subir num avião não nos dê sempre a sensação que estamos participando de uma loteria negativa, onde ser sorteado por uma estatística rara signifique perder a vida.
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segunda-feira, 8 de junho de 2009

No mundo ninguém ama mais ninguém...


Muitas pessoas tornam-se indiferentes ao amor porque em algum ponto descobrem que amar trás consigo certa dose de sofrimento, de abnegação e de dedicação a algo que pode ser que não dure, que não dê certo, que não de o mesmo retorno do investimento emocional. Então muitos desistem mesmo antes de tentar. O amor é como o mar, é algo em movimento, e ele muda de acordo com a maré. E nós mudamos também. O que seguramos com a mão esquerda podemos deixar escapar com a direita. O romântico não é um idiota que fica sonhando, pelo contrário, ele sonha sabendo, ele mergulha sabendo que pode bater a cabeça nas pedras. Mas ele mergulha mesmo assim. Então ele é louco? Talvez, mas ele arrisca, a razão é ótima, é maravilhosa, nos permite planejar a vida, ganhar dinheiro, nos protege de “roubadas”. Mas é incompleta. A racionalidade sozinha é incompleta. Café sem açúcar, dança sem par. A sensibilidade romântica transcende rótulos, ela nos permite viver sentimentos extremos e vividos com enorme intensidade, torna o amor à experiência central da vida, transforma as pessoas, as engrandece e enobrece. Tem o poder de revelar a nós mesmos como somos, com nossos defeitos e qualidades, em nosso esplendor e em nossa miséria, constitui o caminho para o autoconhecimento. A vida não é só sonho, viver é ser demitido do trabalho, é comprar um carro novo, pagar contas, tirar o nome do vermelho, fazer supermercado, se espiritualizar, manter um namoro com alguém muito diferente de você, sentir saudade de casa, voltar para casa, dançar de meias sozinho na sala, enfim, cada um vive sua vida de um jeito. Uma parte a gente sonha a outra a gente realiza e é essa a medida certa, embora seja um equilíbrio distante. É uma pena que nesse mundo ninguém ama mais ninguém, mas ainda bem que Deus é bom e os sensíveis aqui estão, e nós amamos tanto e por todos que salvamos o amor e o planeta de sua extinção.

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sexta-feira, 5 de junho de 2009

Tolerância...


Tolerância. Ah... como é difícil colocar em prática a essência dessa palavra. Por que é tão difícil tolerar que alguém entre na frente de nosso carro no trânsito? Por que é tão difícil tolerar quando alguém comete um engano? Tolerar as características de quem convive conosco. Tolerar um atraso. Um esquecimento. Um erro. Tolerar as diferenças. Tolerar as frustrações. Tolerar as falhas humanas. Tolerar a nós mesmos. Pense nisso por um instante. Pense na sua intolerância. Se não souber do que estou falando, preste atenção naquelas vezes em que uma mínima ação do outro despertou um monstro assassino em você. Algo tem que estar errado nisso! Será que a ação do outro era assim tão grave? Muitos de nós parecemos bombas-relógio prestes a explodir. Por onde andamos somos perseguidos por um tique-taque infernal, o que me faz lembrar do Capitão Gancho. Só que, diferente daquele homem barbudo, "horrível e mau", nos identificamos com os "mocinhos". (Você já pensou que talvez o Capitão Gancho também achasse que Peter Pan fosse o vilão da estória?). Vou lhe dizer uma coisa. Dói muito quando percebemos que carregamos um vilão dentro de nós. Dói perceber que agredimos e ferimos aos outros porque somos ignorantes ao nosso próprio respeito. Dói perceber que temos uma dificuldade enorme em olhar para o espelho e ver o reflexo do monstro adormecido dentro de nós. Mas enquanto não formos corajosos o suficiente para fazer isso, continuaremos por aí agindo como granadas humanas. Basta que alguém distraído puxe o tal pininho e... bummmmmm... explodimos! E justificamos a explosão com uma elaborada rede de argumentos racionalmente plausíveis. A nossa mente pode justificar qualquer coisa, até mesmo uma explosão. E, na distorcida lógica da mente, a culpa é sempre do outro. Para que você seja capaz de ter tolerância, é preciso ir além da mente. É preciso que você recupere o acesso ao seu coração. Anda faltando amor em nossas vidas. Eu convido você a exercitar essa palavra em sua vida.- Tolerar quando alguém intolerante "esquece a mão na buzina", porque você se distraiu e perdeu o tempo do semáforo.- Tolerar quando perceber que alguém que você ama está irritado.- Tolerar seu próprio mau humor e se lembrar que todos acordam mau humorados de vez em quando. Não quero propor nesse artigo que você tolere abusos ou atos agressivos contra você ou alguém. É claro que muitas coisas não devem ser toleradas e eu conto aqui com o seu bom senso. Mas o que eu penso é que, de verdade, andamos intolerantes demais! Basta uma atitude do outro ("interpretada" por nós como provocativa) e já nos perdemos de nós mesmos e entramos naquela mesma sintonia destrituva. É disso que estou falando. Da nossa incapacidade de nos mantermos em uma sintonia de paz. Da nossa incapacidade de compreender que algumas coisas não nos pertencem. Ouça: A irritação do outro não lhe pertence! A agressividade do outro não lhe pertence. Por que nos conectarmos com o que não é nosso? Deixe com o outro o que é do outro. Você não precisa entrar na mesma sintonia. Isso tem a ver com tolerância. Ao praticar a tolerância, talvez você comece a semear paz ao seu redor. Talvez isso comece como um pequeno jardim, pequenas flores brancas surgindo aqui e ali... mas não despreze seu potencial transformador. Perceba que todos nós somos como prismas multifacetados. Ao praticar a tolerância você estará emitindo inúmeros reflexos dessa qualidade ao seu redor e então, quase magicamente, talvez você comece a perceber que as pessoas à sua volta começam a se tornar tolerantes também. E assim se cria um espaço no qual se estabelecem relações mais respeitosas e harmoniosas. Acredite. Você precisa muito de paz. Meu convite: exercite a tolerância. Nem que seja só por uma hora... Depois vá expandindo. Um dia... uma semana. Observe as transformações que esse simples exercício pode efetuar em sua vida!

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